terça-feira, 30 de junho de 2015

O CUIDADO PATERNAL PELO JOVEM OBREIRO



Introdução: Há pouca dúvida sobre a circunstância da conversão de Timóteo, que é mencionado pela primeira vez no relato da segunda viagem missionária de Paulo (Atos 16:1). Paulo encontrou este rapaz em Listra, cidade que ele havia visitado poucos meses antes na primeira viagem. É muito provável que Timóteo tenha sido batizado nesta primeira visita de Paulo e rapidamente conquistou o respeito dos irmãos na região. Nisso já observamos um fato interessante sobre o caráter de Timóteo. Foi em Listra, na primeira viagem, que Paulo enfrentou a perseguição mais severa até então. O apóstolo foi apedrejado nesta cidade (Atos 14:19). Timóteo viu o perigo de ser discípulo, mas nem por isso desistiu!
O pai de Timóteo era grego, evidentemente descrente, mas a mãe e a avó eram pessoas de fé. Paulo deu crédito a estas duas mulheres quando falou da sinceridade da fé do jovem (2 Timóteo 1:5).
Quando Paulo ouviu o bom testemunho sobre Timóteo dos cristãos da região ele pediu que o rapaz o acompanhasse no resto da viagem. Timóteo se tornou auxiliar de Paulo durante o resto da vida do apóstolo, e foi visto por este irmão mais velho como filho na fé (1 Timóteo 1:2).
Paulo escreveu esta carta para ser o manual de treinamento para o jovem obreiro Timóteo seu filho na fé o novo líder enquanto estava se esforçando em pastorear a amedrontada igreja de Éfeso. Paulo encarregou Timóteo de cinco tarefas:
1.    Primeira tarefa: Combater o bom combate ITm. 1.18-20
2.    Segunda tarefa: Manter-se a si mesmo digno diante da casa de Deus ITm. 3.14,15.
3.    Terceira tarefa: Não negligenciar seu dom ITm. 4.11-16
4.    Quarta tarefa: Observar estas coisas sem prevenção ITm. 4.11-16
5.    Quinta tarefa: Guardar o que lhe foi confiado ITm. 6.20,21.
Conclusão: Timóteo como um filho Espiritual do apóstolo Paulo, o apóstolo dedicava parte do seu tempo para orientar a Timóteo, exemplo para os lideres nos dias atuais.

DC. Rinaldo Santana  

sábado, 20 de junho de 2015

O FILHO PRODIGO



Introdução: A parábola do filho prodigo que deixa seu pai amoroso com sua fortuna esbanja – a e então retorna para casa em arrependimento. Nesta parábola extraímos lições maravilhosas para nossas vidas. Aprendemos que uma vida de egoísmo separa o ser humano de Deus e leva-o a decadência. O filho prodigo é o retrato de quem se desvia de Deus em busca dos prazeres mundanos desperdiçando todos os dotes físicos, intelectuais e espirituais que Deus lhe concedera. A desilusão e a tristeza invadem a sua vida, e os resultados são degradantes vivendo uma vida de escravidão e total separação de Deus.
1) 5 Qualidades negativas do filho pródigo
1ª- Ambicioso V.12 - Exigiu a herança com o pai vivo
2ª- Vagabundo v. 13 - a juntou tudo e foi para uma terra distante
3ª- Ingrato v 13- gastou tudo que recebeu
4ª- Necessitado V 14 - passou necessidade
5ª- Faminto v 17- Morro de fome
2) Essas qualidades negativas resultou – o em um jovem que perdeu todo apoio
·         Espiritual “Longe do Pai”
·         Moral “Viveu dissolutamente”
·         Social “Entre os porcos” 
3) 5 Passos que ele deu para voltar
1º - Caiu em si e reconheceu o seu erro V. 18
2º- Humilhou-se  V. 19
3º- Levantou-se   V. 20
4º- Confessou o seu erro v. 21
5º- Pediu perdão ao pai e declarou - se indigno V 21
4) características do pai
·         Era um homem prudente v. 12b
·         Era longânimo v. 20
·         Era cheio de esperança v. 20
·         Era um homem de compaixão v. 20
·         Era amoroso v. 20
·         Era um homem perdoador vv. 22-24 
5) 6- Atos do seu pai
1º- Se compadeceu
2º- Aceitou
3º- Perdoou
4º- lhe deu a melhor Veste
5º- Pôs um anel no seu dedo
6º- Fez uma festa
6) 5- Qualidades do irmão do filho prodigo
1º- Orgulhoso
2º- Egoísta
3º- Invejoso
4º- Arrogante
5º- Enciumado
7) O irmão do filho representava três tipos de pessoas .
1.    Aquele que é filho, mas não irmão. Apesar de se comportar bem como filho, mas não reconhecia a responsabilidade de ser irmão Ex. “o pai diz teu irmão v.27”, ele diz “Teu filho 30” e não meu irmão.
2.    Aquele que serve, mas sem comunhão. Apesar de servir, mas nunca se comunicou com o pai fazendo referencia ao seu irmão, 29, é o tipo dos crentes que nunca falam ao pai celestial acerca do filho prodigo. Não falam ao pai porque parece nem notam o lugar desocupado na mesa do Senhor.
3.    Aquele que é herdeiro, mas não se alegra. Apesar de ser herdeiro era um dos homens mais tristes do mundo v.29. A solução é aprendermos a nos alegrar na casa de Deus. Há muitos crentes que dizem: “Nunca me alegro. Dediquei todo o meu ser e tudo que possuo, ao Senhor. Sirvo incansavelmente, mas não sinto gozo”.  
Conclusão: Que Deus nos abençoe e nos dê força para resistirmos o egoísmo que muitas vezes que invadir as nossas vidas tirando a sensibilidade e nos tornando insensível a voz do Espirito Santo, mas que venhamos dia a dia estarmos firmes e atentos aos dons que Deus tem dispensado para os seus. 
FONTES DE PESQUISAS:
COMENTÁRIO JUDAICO DO NOVO TESTAMENTO
ESPADA CORTANTE  2
MENSAGENS QUE EDIFICAM
DICIONARIO BIBLICO WYCLIFFE
BÍBLIA DO OBREIRO 
Dc. Rinaldo Santana

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A MORTE DE JESUS

A morte de Jesus na cruz não foi um acidente. Deus já havia planejado desde o Éden. O Mestre sabia que para esse fim veio ao mundo. Por isso, quando foi levado preso, não resistiu. Jesus sofreu na cruz, como um homem e como Deus, sentiu profundamente a agonia da dor física, psicológica e espiritual. É impossível dimensionar o que o Salvador enfrentou por amor a nós (Isaías 53.4-5). Mesmo diante de tanta dor, Ele declarou o seu perdão às pessoas que participaram de sua morte (Lucas 23.24). O real significado da crucificação do Senhor Jesus. “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.” – Isaías 53.11.

Jesus obedeceu claramente à vontade de Deus (João 6.38; Hebreus 10.7, 9), Ele não morreu como mártir ou herói, mas como o Salvador da humanidade. Não entregou apenas o corpo, mas também a sua própria alma em favor dos pecadores.
Momentos que antecederam a crucificação de Jesus. “E, saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram. E quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação. Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua. E, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo de tristeza. E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não entreis em tentação.” – Lucas 22.39, 40, 42, 45-46.
 
Lucas registra a agonia de Jesus no Monte das Oliveiras, relato que é bem curto, condensa a história resumindo que era costume dEle pernoitar ali orando e nos dá uma amostra das orações de Jesus.
A iniciativa de opor-se a Jesus é tomada pelos principais sacerdotes e os escribas. Em todos os Evangelhos, os fariseus era oponentes principais de Jesus e no decurso de todo o seu ministério, mas o partido sumo-sacerdotal assumiu a liderança nisto no fim. Eram eles que detinham o poder político. Judas, por ambição, negociou com os judeus a traição do Filho de Deus, apontando-o aos algozes com a saudação do beijo na face. Lucas 22.2-6, 47.
O porquê da crucificação de Jesus na esfera religiosa. “Depois os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho, e diziam: Que faremos? porquanto este homem faz muitos sinais. Se o deixamos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação” – João 11.47, 48. A crucificação de Jesus ocorreu por medo dos líderes religiosos, que estavam mais ansiosos quanto a si mesmos  do que genuinamente preocupados com o povo. Eles temiam que Jesus incitasse uma rebelião que resultaria em severas represálias dos romanos. Os romanos com certeza destruiriam o templo – “e tirar-nos-ão o nosso lugar” – e aniquilariam a nação, deportando o povo. Se isso acontecesse, os líderes religiosos perderiam o poder e o prestígio.
O motivo da crucificação de Jesus na esfera política. “Então Pilatos saiu fora e disse-lhes: Que acusação trazeis contra este homem? Responderam, e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos. Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma. (Para que se cumprisse a palavra que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer)” – João 18:29-32. Esse é o cerne da mensagem divina, é: Jesus entregou-se em sacrifício como oferta pelos pecados de toda a humanidade. O pecado tem a força de um assassino e sua demanda não pode ser aplacada por nenhum esforço humano. Não existe redenção sem a punição do pecado cometido (Romanos 3.25; 1 João 2.2; 4.10).
Se aos judeus tivesse sido permitido efetuar a pena de morte, Jesus teria sido apedrejado. As execuções segundo a lei judaica era por apedrejamento; os romanos usavam a crucificação.
Jesus deveria ser crucificado:
a. Para que fosse, literalmente, levantado (João 3.14);
b. Para que nenhum osso de seu corpo fosse quebrado (Salmo 34.20; João 19.36);
c. Para colocar a responsabilidade de sua morte tanto sobre judeus quando gentios (Atos 4.27).
A associação dos poderes político e religioso estruturado contra Cristo e o Evangelho, é enfrentado nos dias atuais pela Igreja do Senhor em diversos países, inclusive no Brasil.
O método terrível de execução para os condenados à morte. “Falou, pois, outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus. Mas eles clamavam em contrário, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o. Então ele, pela terceira vez, lhes disse: Mas que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte. Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei. Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos, e os dos principais dos sacerdotes, prevaleciam.” – Lucas 23:20-23.
Em todos os Evangelhos, a exigência da crucificação de Jesus aparece somente depois de Pilatos ter o propósito de soltá-lo como o prisioneiro favorecido na festa da Páscoa. Por mais de três vezes Pilatos protestou a inocência do Filho de Deus, não cessou imediatamente suas tentativas de libertá-lo, mas a multidão rejeitou sua abordagem todas as vezes e exigiu uma crucificação. A turba insistente gritou e deu a impressão de que um motim começava a formar-se. Deve ter sido óbvio para Pilatos que a situação estava se tornando cada vez pior, então, os gritos ganharam a contenda. Conclusão
A cruz nos tirou de Adão e nos colocou em Cristo. Isto faz toda a diferença. Em Adão éramos condenados (Romanos 5.16-21); desobedientes (Romanos 5.19); dominados pelo pecado (Romanos 5,21). Todavia, em Cristo nós somos justificados (Romanos 5.16); obedientes (Romanos 5.19), dominados pela graça (Romanos 5.20), dominados pela vida (Romanos 5.21). Portanto, em Cristo nós fomos escolhidos antes da fundação do mundo para sermos santos (Efésios 1.4); abençoados com toda a sorte de bênçãos espirituais (Efésios 1.3-13); fomos feitos herança (Efésios 1.11); selados com o Espírito Santo (Efésios 1.13).
Publicado no blog Belverede

quinta-feira, 18 de junho de 2015

JUDAS, POR AMBIÇÃO, NEGOCIOU COM OS JUDEUS A TRAIÇÃO DO FILHO DE DEUS

Texto base Mt. 27.1-10, Lc. 22.2-6

- Na manhã de sexta-feira os sacerdotes e os líderes do povo se reuniram como sinédrio. A maioria deles tomou a decisão de condenar Jesus à morte. V.1,   Lucas 23. 50 – 51.

- Após ser humilhado moral e fisicamente, o Senhor Jesus teve as mãos amarradas e foi entregue pelo sinédrio ao poder político romano. v. 2.

- Após a condenação de Jesus à morte, Judas Iscariotes entra em desespero e dominado por um forte sentimento de culpa busca reparar o seu erro. Procura devolver aos líderes religiosos as trinta moedas de prata. A devolução não é aceita. v. 3.

- Judas Iscariotes confessa à liderança religiosa que traiu um inocente. É, porém, ignorado em sua atitude e responsabilizado pelo que fez como se os líderes judeus não fossem seus parceiros. O seu orgulho o impediu de confessar o pecado a Jesus que por certo o perdoaria, evitando um mal maior. v. 4.  

- Com o propósito de se livrar das moedas cujo peso era infinitamente menor que o seu pecado, Judas Iscariotes tenta dar um fim menos indigno a elas. Vai ao templo e ali atira as trinta moedas de prata. A seguir decidiu punir a si cometendo suicídio. v. 5.

- Sacerdotes, hipocritamente, se recusam a depositar no gazofilácio as trinta moedas de prata pelas quais lhes foi entregue Jesus. v. 6.

- Sacerdotes decidem usar as trinta moedas de prata para comprar uma área de terra que serviria como cemitério para estrangeiros. v. 7.   

- O campo do oleiro passa a chamar-se campo de Sangue porque foi adquirido com o preço de sangue inocente. v. 8.

- Sacerdotes inconscientemente cumprem as Escrituras. v. 9 – 10; Zacarias 11. 12 – 13. 

VISÃO GERAL Judas Iscariotes, apóstolo de Jesus Cristo, viveu a experiência trágica daqueles que ao abandonarem a Deus se deixam seduzir e são usados por Satanás.

É hábito do inimigo de Deus fazer uso da fragilidade de caráter de sua possível vítima ou instrumento em suas ações.

Jesus nos alerta a manter em alta a vigilância e a comunhão com Deus para que o nosso caráter seja fortalecido. Essa determinação nos protege contra as ciladas do inimigo. Ele é perito na sedução e uma vez tendo êxito nessa fase, inclui sua vítima ou instrumento em seu projeto satânico. Livre para agir elabora as estratégias, se provê dos recursos, aproxima aqueles que o executarão, coopera com eles no andamento do projeto até o desfecho. Assim que chega o momento de assumir as consequências trágicas do projeto satânico, o inimigo se afasta e deixa suas vítimas ou instrumentos sem qualquer apoio a fim de que sofram e colham os frutos de sua insensatez. Ri-se delas e as responsabiliza por sua falta de bom senso em ouvi-lo e segui-lo. Do Diabo jamais espere coisas boas. Ele é fiel ao seu caráter. É de sua natureza roubar, matar e destruir. Jesus Cristo nos deu esse alerta.  João 10. 10a.

O Filho de Deus, sim, veio para dar vida abundante no presente e no porvir. Essa vida é o resultado do acolhimento de Jesus Cristo como Senhor e Salvador pessoal, único, suficiente e eterno.  A lei da semeadura e colheita está em vigor. João 10.10b; Gálatas 6. 7 - 8.



FOCALIZANDO A VISÃO Dentre os muitos seguidores de Jesus, Judas Iscariotes foi chamado para fazer parte do grupo dos doze apóstolos. Ao chamá-lo, o Mestre já sabia do desfecho trágico que teria a vida desse homem, mas deu-lhe todas as oportunidades para que se tornasse uma pessoa de bem. Se Jesus antecipasse a Judas Iscariotes o seu futuro, com certeza, receberia desse discípulo séria advertência e seria acusado de pré-julgamento. Citamos como exemplo o caso do apóstolo Pedro. As palavras de Jesus prevaleceram sobre as palavras de Pedro. Mateus 26. 31 – 35.

No presente eterno de Deus todas as coisas estão patentes aos Seus olhos, mas ao homem cabe fazer as descobertas na história para sua alegria ou decepção. A história é feita das escolhas humanas antecipadamente conhecidas por Deus. Ele nos orienta através das Escrituras e dos Seus servos, mas não toma a decisão por nós. Salmo 101. 7; 139. 16; Provérbios 15. 3; Hebreus 4. 13.

Dias após a multiplicação de pães o Senhor Jesus se apresentou à multidão como o Pão da Vida, o verdadeiro Pão (alimento) que desceu do céu, Alimentar-se Dele significa apropriar-se do seu caráter humano, viver como Ele viveu, tornar-se um espírito com Ele e por fim receber através Dele a vida que provém de Deus. João 3. 16; 5. 24; 6. 31 – 65; 1 Coríntios 6. 17; 1 Pedro 2. 21; 1 João 2. 6.

A liderança religiosa judaica repudiou as declarações do Senhor Jesus e alguns dos Seus seguidores ficaram envergonhados e incomodados com o que ouviram porque deram às palavras um sentido literal. Jesus, porém, afirmou nesse discurso que Suas palavras são espírito e vida, ou seja, têm um sentido espiritual. João 6. 63. A dificuldade em entender o significado espiritual das palavras de Jesus fez com que alguns discípulos decidissem não mais acompanhá-Lo. Assim que estes saíram, Jesus se dirigiu aos doze apóstolos e os desafiou a abandoná-Lo se assim desejassem. Jesus Cristo não sacrificaria o anúncio do Evangelho para atender a interesses particulares ou a dogmas religiosos. O apóstolo Pedro prontamente declarou: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”. Jesus respondeu a Pedro: “Não fui eu que os escolhi, os Doze? Todavia, um de vocês é um diabo”. João 6. 68 – 70. (NVI). Essa afirmação de Jesus é a prova de que Ele estava acompanhando as atitudes de Judas Iscariotes ao longo do Seu ministério e sabia das vezes em que esse discípulo havia dado lugar ao Diabo em sua vida. A paciência divina se manifestou várias vezes na vida de Judas Iscariotes dando-lhe as oportunidades para que se arrependesse e seguisse pelo caminho da retidão. A prática habitual do pecado gerou nele a iniqüidade que o insensibilizou para ouvir e obedecer aos ensinos de Jesus. Essa conduta determinada agravou sua situação perante Deus que não deixa impune quem desafia Sua autoridade e preceitos. Chegaria o tempo quando colheria os frutos de sua semeadura.  É impossível desvincular a semeadura da colheita. Gálatas 6. 7 – 8.

O que Judas Iscariotes tentou habilidosamente ocultar durante o ministério do Senhor Jesus foi revelado claramente na última semana ministerial. Nele se cumpriram as palavras de Jesus. Leia Lucas 12. 2 – 3. 

Na casa de Simão, o ex-leproso, seis dias antes da Páscoa, Judas Iscariotes manifestou seu ódio, ambição e inveja. A homenagem que Maria, a irmã de Lázaro e Marta, prestou ao seu Mestre recebeu duras críticas desse apóstolo. Ele se sentiu incomodado com à demonstração pública de amor por parte daquela que ofereceu a Jesus o que de mais precioso estava em seu poder. O amor de Maria contrastou com o desamor de Judas Iscariotes por Jesus. Ele considerou desnecessária tal homenagem. João 12. 1.  

Durante o Seu ministério o Senhor Jesus amou Seus discípulos até o fim, mas não houve por parte deles a mutualidade de amor vista em Maria. Afinal, o Mestre era tão humano quanto eles!     

Repetimos: as Escrituras não criam vítimas ou algozes, mas revelam antecipadamente o seu surgimento na história como resultado de suas escolhas.

Jesus Cristo decidiu fazer a Vontade do Pai. Por amor àqueles que Nele crêem como Senhor e Salvador morreu substitutivamente por eles. Ao vencer a morte pela ressurreição garantiu aos salvos a mesma vitória sobre a morte e a vida eterna com Deus.

Judas Iscariotes, em todo o tempo, contou com o investimento pessoal de Jesus em sua vida, No entanto, O desprezou. Repetiu  o que haviam feito Adão e Eva que preferiram ouvir o até então desconhecido Diabo ao invés de ouvirem a Deus, a quem conheciam por Sua voz e bondade. A exemplo do primeiro casal o fim de Judas Iscariotes não poderia ser melhor do que teve. Esse apóstolo ouviu e viu o que seus companheiros de ministério viram e ouviram. Infelizmente não permitiu que o seu caráter fosse transformado pelo anúncio e ensino do Evangelho. Seguiu a Jesus com a motivação errada.   

Há muito tempo levava uma vida ministerial dupla, isto é, hipócrita. O apóstolo João declara que Judas Iscariotes era ladrão. Tirava da bolsa comum as ofertas recebidas cujo destino era a provisão de recursos para o ministério ou ajuda aos necessitados. O cargo que exercia como tesoureiro no colégio apóstólico foi a oportunidade que o Senhor lhe havia dado para corrigir a sua ambição por bens materiais. Era necessário que aprendesse as lições de fidelidade e submissão ao Mestre. Sem oportunidade não há aprendizagem.

Jesus procurou manter com Judas Iscariotes uma relação de confiança, mas infelizmente ele não honrou esse relacionamento.   

A resistência do apóstolo em seguir verdadeiramente a Jesus deu início à sua queda.

Toda decadência tem como ponto de partida o afastamento de Deus e a desobediência às Escrituras. Uma vez iniciado esse caminho, o temor, a reverência e o respeito a Deus entram em queda. E quem não ouve a Deus e nem O respeita, transfere esse comportamento a si e àqueles que o cercam. A ruína só pode ser detida por Deus quando o “quedante”, isto é, o que cai, se arrepende dos seus pecados, pede perdão, repõe os ganhos indevidos e retorna à sua caminhada com Deus. Zaqueu será sempre citado como exemplo de homem que trocou a insensatez pelo bom senso porque acolheu Jesus como Senhor e Salvador. 

Na celebração da ceia da Antiga Aliança, no cenáculo, por ocasião da Páscoa e um dia antes da crucificação de Jesus, Judas Iscariotes estava presente, menos na condição de apóstolo e mais como espião da liderança religiosa judaica. Nesse jantar a hipocrisia de Judas Iscariotes chegou ao ponto culminante. Ele dividia o mesmo prato com Jesus. Antes da instituição da Ceia da Nova Aliança, o Senhor Jesus disse que um dos presentes o trairia. Na medida em que os apóstolos perguntavam a Jesus quem seria o traidor, não foi nem preciso que Judas Iscariotes fosse descoberto. Ele se denunciou. A partir daquele momento não havia ambiente para que ali permanecesse. Deixou o local e se dirigiu à liderança religiosa judaica. Relatou aos religiosos o que viu e ouviu no período em que permaneceu no jantar com Jesus e os apóstolos. A seguir participou da mobilização para prender Jesus no Jardim das Oliveiras. Ao chegar ao local naquela noite, facilitou a identificação de Jesus, beijando-o. Acompanhou o grupo de homens até à casa de Caifás. Cumpriu o que havia combinado e recebeu como recompensa as trinta moedas de prata. Ao ver a tortura moral e física sofrida por Jesus na casa do sumo sacerdote Caifás e tomar conhecimento da condenação de Jesus à morte pelo sinédrio e o seu encaminhamento a Pilatos para ser crucificado, Judas Iscariotes caiu em si e viu que havia sido demasiadamente desamoroso e injusto com Jesus. Começou a avaliar sua conduta nos três anos de ministério com Jesus e os acontecimentos recentes. O sentimento de culpa se misturou a sua aflição e o desespero tomou conta de suas emoções. Tentou reverter uma situação que já estava definida e fora do seu controle. Foi ao templo e disse aos religiosos que havia traído sangue inocente e estava devolvendo as trinta moedas. O peso das moedas era infinitamente menor que os seus pecados e ele não os podia suportá-los. Sua ausência de humildade o impediu de procurar o Senhor Jesus e  buscar o perdão que por certo lhe seria concedido. Os líderes religiosos que haviam se servido de Judas Iscariotes lhe disseram: “Que nos importa? A responsabilidade é sua”.  Essa é a palavra que o Diabo tem para quem cede a sua sedução e se rebela contra Deus e Sua Palavra.

Sem qualquer apoio e entregue a si mesmo, Judas Iscariotes deixou o templo e as moedas que se espalharam pelo local e foi se enforcar. Ao cometer suicídio afrontou mais uma vez a Deus, o Doador da vida e o único que a pode retirá-la de Suas criaturas no tempo que determinar. Judas Iscariotes cumpriu inconscientemente o que as Escrituras já haviam falado sobre ele. Salmo 41. 9; 55. 12 – 14.

Os líderes religiosos judaicos juntaram as trinta moedas de prata que foram espalhadas no templo, preço que pagaram a fim de que Judas fosse o mediador na prisão de Jesus. Procuraram aplicá-las em algo que fosse útil. Compraram uma área de terra e a destinaram ao sepultamento de estrangeiros. Esse local se chamou campo de Sangue.

A queda de Judas Iscariotes antecipou a queda do sistema religioso judaico na forma existente na época. No ano 70 d.C. os romanos foram implacáveis na destruição de Jerusalém, do templo e na dispersão do povo judeu pelo mundo. Deus é amorosamente justo e judicialmente amoroso. Israel tem experimentado ao longo de sua história essa ação divina. Há salvação para todos que crêem em Jesus Cristo como Senhor e Salvador, sejam judeus ou não judeus.


Dc. Rinaldo Santana