terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A CHAMADA DE ELIAS




INTRODUÇÃO:  Elias foi um profeta no Reino de Samaria durante o reinado de Acabe, enfrentou situações adversas, por ter atendido o chamado de Deus para uma missão especifica.  Todos nós enfrentamos, muitas vezes, situações que nos deixam relutantes e temerosos. Na nossa vida espiritual, não é diferente. Emoções de variada ordem, incluindo o medo, podem assaltar-nos, quando Deus nos chama a desempenhar a Sua obra, sendo necessário tomar uma decisão e abraçar essa oportunidade.
Elias cujo nome é: “Jeová é Deus”. Foi chamado por Deus para o ministério profético, num momento em que se fazia necessário confrontar-se com Acabee a malignidade de Israel. Período este, marcado por crise, fome, miséria, corrupção e apostasia. Mas, em meio à crise moral, social e espiritual, Deus pôde contar com a coragem e a determinação de Elias, para ser seu porta-voz.
Elias respondeu a chamada divina e serviu-O fielmente. Deus chama pessoas como Elias, e como tu, para O servirem como Seus embaixadores. Enquanto estudas acerca da forma como Ele o levantou como Seu porta-voz, reflete sobre a forma como Deus te quer usar, quando te chama a realizar a Sua obra. Será que Deus pode contar com você assim como contou com Elias?
I – A SUA CHAMADA AO DESEMPENHO DE UMA MISSÃO 1Rs 18:1-2
No capítulo 17 do livro de 1 Reis, Elias aparece-nos como o profeta cuja missão foi confrontar o iníquo rei Acabe 17:1; entretanto, são-lhe atribuídas outras missões 17:2-24. Agora, no capítulo 18, Elias é chamado a servir como testemunha, face ao pecado de Acabe.
a.     A natureza da sua chamada. A vocação e a chamada de Elias foram divinas da mesma forma como foram as vocações e chamadas dos demais profetas canônicos. Esse fato é logo percebido quando vemos o profeta colocar Deus como a fonte por trás de suas enunciações proféticas: “Vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” 1Rs 17.1; 18.36. Somente um profeta chamado e vocacionado diretamente pelo Senhor poderia falar e agir desta forma.Todo cristão foi chamado para a salvação, porém, alguns foram chamados para tarefas especiais. É a nossa vocação e chamada quem nos habilita para a obra do Senhor.
b.     A chamada de Deus acontece, sempre, no momento certoAs consequências das secas constatam-se algum tempo após a sua ocorrência, acontecendo algum tempo após o seu anúncio 17:1, adiando, também, o Senhor o anúncio do seu fim, dando tempo a Acabe para reconhecer o seu pecado e as suas terríveis consequências, convencendo-o da necessidade de arrependimento e conversão. Se reconheceres que Deus te chama, trata-se do momento certo, desejando usar-te, segundo a Sua vontade e sabedoria Et 4:14
·        Ester atendeu o chamado no momento certo;
·        Chegou ao reino no tempo de livrar o seu povo.
c.      A Chamada de Deus é pessoal. A palavra de Deus veio “a Elias”. Ele era o homem certo, para a missão!
                               I.            Deus conhece-te Jo. 10:27, Fp. 3:4-7; 2 Cor. 12:9-10;
                             II.            E sabe quando és tu, e não outro, que deve realizar uma missão específica!
                          III.            Porque te conhece tão bem, sabe exatamente onde, quando e de que forma te pode usar no Seu serviço.
d.     A chamada de Deus não deixa de se realizar - “veio a palavra de Deus a Elias”.
                               I.            Elias sabia precisamente o que Deus queria que fizesse – “apresenta-te a Acabe”.
                             II.            Semelhantemente, Deus quer que entendas o que quer de ti Ef. 5:17,
                          III.            Deus não é Deus de confusão e de ambiguidades, revelando-te a Sua vontade através da Sua Palavra Sl. 119:105.
                          IV.            a fome em Samaria” era uma das terríveis consequências da atitude e pecado de Acabe!
                            V.            Elias tinha que confrontar o rei com os resultados da sua rebeldia e mostrar-lhe as provas da misericórdia de Deus.
e.     Deus chama-te e conta contigo. Se fores sensível à Sua voz, orientando-te, não subsistirão, em ti, quaisquer dúvidas quanto à Sua vontade, tal como aconteceu com Paulo e os seus companheiros, quando optaram pela Macedónia At 16:10.
f.       A chamada de Deus é, muitas vezes, muito específica. “Vai, apresenta-te a Acabe”.
                               I.            Há atividades naturais e contínuas na vida do crente: oração, leitura da Bíblia, partilha da fé em Jesus, louvor, discipulado, entre outras.
                             II.            Contudo, pode Deus usar-te em qualquer situação especial.
                          III.            Talvez escreveres encorajando alguém, visitar alguém hospitalizado, fazer alguma pequena viagem missionária, servir como voluntário em alguma atividade que sentes necessário desenvolver na tua igreja.
g.     A chamada de Deus é sempre tranquilizadora. A seca e a fome consequente eram parte da resposta de Deus à baixeza de Acabe. Este, tinha procurado Elias 1 Reis 18:10, talvez por esta mesma causa. Quando Deus te escolhe e chama, deseja que sintas paz e tranquilidade, pois estará contigo Heb. 13:5.
h.     A sua resposta à chamada de Deus. Elias imediatamente, confiando obedientemente que Deus estaria com ele. Sentes que Deus te chama, como servo obediente? Como solução para alguma situação a que, porventura só tu, podes dar resposta? Não tardes a responder, de forma obediente Isaías 6:8 “Eis-me aqui envia-me a mim”
II – DESAFIOS A ENFRENTAR 1 Rs 18:7-14  
 Vejamos bem os desafios encontrados em uma chamada:
a.     A resposta de Elias não lhe garantiu facilidades;
b.     É errado supor que a tua obediência te livrará, sempre, de dificuldades;
c.       As pessoas são, muitas vezes, desafios a ultrapassar;
d.     Acabe era um desafio, para Elias;
e.     Tudo nos indica que nunca mais os dois se enfrentaram, após o anúncio da seca, embora Acabe desejasse encontrar-se com Elias, que não seria, de forma alguma, um encontro amistoso!;
f.        As suas relações eram tensas, tal como seria o encontro que se aproximava;
g.     Contudo, a tensão e perigosidade do encontro não podiam inviabilizá-lo, dada a sua importância, tornando-o ainda mais necessário! Enfrentar pessoas é, geralmente, um desafio.
h.                    Alguns, “sempre [resistirão] ao Espírito Santo” At. 7:51
Também as circunstâncias constituem por vezes um desafio.
a.     A fome era extrema em Samaria” 1 Rs 18:2;
b.     Motivo de perseguição v. 10;
c.       E ameaça à vida do servo de Deus v. 13;
d.     As circunstâncias podem mudar, mas quase nunca serão agradáveis:
e.      José sofreu às mãos de seus irmãos;
f.       Daniel enfrentou os leões;
g.     Paulo conduziu o seu ministério, muitos anos, a partir da prisão;
h.     Timóteo tinha problemas de saúde, com o seu estômago.
i.        Também as lealdades constituem, muitas vezes, grandes desafios a vencer.
j.       Poucas pessoas podiam acompanhar Elias à presença de Acabe.
k.     Até Obadias, mordomo do rei, temia falar-lhe acerca de Elias v. 8,9 estando dividido entre o seu  “senhor Elias” v.7 e o “senhor” Acabe v.8;
l.         No coração de Obadias, o temor a Deus tinha o mesmo peso que o temor aos homens, parecendo temer mais a punição do que a recompensa pela atitude desejável v.9-13;
m.   Considerava o seu serviço a Deus como um assunto particular v.13
n.     Que não se devia misturar com a sua função, como servo de Acabe v.7-10;
o.      Cumpria as ordens de Acabe, como seu servo v.3-6;
p.      Mas hesitava em responder positivamente à palavra do profeta e de Deus v. 8-12.  
III – O SEU COMPROMISSO COM A MISSÃO 1 Rs 18:15-16  
a.     Perante a chamada divina, não obstante os desafios e obstáculos, Elias assumiu realizar a sua missão v.15;
b.     O seu exemplo confirma o seu propósito de cumprir o seu compromisso com Deus;
c.       Como Elias, tu também confias no Deus vivo, que te ajudará a manteres o teu compromisso com Ele Jo 20:26-28;
d.      No teu relacionamento com Deus, deves, também, confiar na presença constante de Deus “perante cuja face estou” v.15.
O teu relacionamento com os outros.
a.     Obadias não estava decidido a falar a Acabe acerca de Elias, temia pela sua vida v.9;
b.      Podendo dar-se o caso de Deus alterar os planos de Elias v.12;
c.       Porém, Deus e Elias tinham o mesmo plano. A determinação de Elias teve como fruto a obediência de Obadias v.15-16;
d.      Devemos ser cuidadosos, não traindo a confiança que depositam em nós, levando muito a sério os nossos compromissos com o Senhor.
Conclusão: Na obra que Deus te deu para realizares, imita a fidelidade de Elias, disponibilizando-te e desempenhando dedicadamente a tua missão, enfrentando os desafios na certeza que Deus estará contigo.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

CONSOLO NAS AFLIÇÕES SOFRIMENTOS COMPENSADOS



Por A. W. Pink

“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada”. (Romanos 8:18)

 Ah, alguém diz, que essa passagem deve ter sido escrita por um homem que não conhecia o sofrimento, ou por alguém familiarizado com nada mais do que as leves irritações da vida. Não é isso. Estas palavras foram escritas sob a direção do Espírito Santo, e por alguém que bebeu profundamente do cálice do sofrimento, sim, por alguém que sofreu aflições em suas formas mais intensas. Veja o seu próprio testemunho: "Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo;  Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez"(2 Coríntios 11:24-27). “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada”.

Esta, então foi a firme convicção, não de alguém "favorito da sorte", não de alguém que encontrou na jornada da vida um caminho atapetado, rodeado com rosas, mas, ao contrário, de alguém que foi odiado por seus parentes, que foi muitas vezes espancado, que sabia o que era ser privado não só do conforto, mas também das necessidades básicas da vida. Como, então explicar o seu alegre otimismo? Qual foi o segredo da sua dignidade sobre seus problemas e provações?

A primeira coisa com a qual o apóstolo penosamente provado consolou-se era que os sofrimentos do cristão são de curta duração - que estão limitados ao "tempo presente". Isto está em nítido e em solene contraste com sofrimentos dos que rejeitam a Cristo. Seus sofrimentos serão eternos: para sempre atormentados no Lago de Fogo. Mas muito diferente é para o crente. Seus sofrimentos são restritos a esta vida na Terra, que é comparado a uma flor que sai e é cortada, a uma sombra que foge e não permanece. Uns poucos anos no máximo, e vamos passar deste vale de lágrimas para aquele país abençoado, onde lamentos e choros nunca mais serão ouvidos.

Em segundo lugar, o apóstolo olhou além, com os olhos da fé para "a glória". Para Paulo "a glória" era algo mais do que um sonho lindo. Era uma realidade prática, exercendo uma poderosa influência sobre ele, consolando-o nas horas mais críticas e difíceis da adversidade. Este é um dos verdadeiros testes da fé. O cristão tem um sólido suporte na hora da aflição, quando o incrédulo não tem. O filho de Deus sabe que na presença do Pai "háfartura de alegrias", e que à sua mão direita "há delícias perpetuamente". E a fé se apodera deles, apropria-se deles, e vive na alegria reconfortante deles até agora. Assim como Israel no deserto foi encorajado por uma visão do que os esperava na terra prometida (Nm 13:23,26), assim, aquele que hoje caminha pela fé, e não por vista, contempla o que os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, mas o que Deus pelo Seu Espírito Santo tem revelado a nós (1 Cor. 2:9,10).

Em terceiro lugar, o apóstolo se regozijou "com a glória que em nós há de ser revelada". Tudo isso significa que ainda não somos capazes de ter uma compreensão plena dessas coisas. Mas mais do que uma dica foi concedida a nós. Haverá:

(a) A "glória" de um corpo perfeito. Naquele dia esta corrupção se revestirá da incorruptibilidade, e isto que é mortal, da imortalidade. O que foi semeado em ignomínia será ressuscitado em glória, e o que foi semeado em fraqueza será ressuscitado em vigor. Assim como trouxemos a imagem do terreno, devemos trazer também a imagem do celestial (1 Coríntios. 15:49). O conteúdo dessas expressões é resumido e amplificado em Filipenses 3:20,21: "Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas”.

(b) Haverá a glória de uma mente transformada. "Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido" (1 Cor 13:12). Oh, que envolvimento de luz intelectual com que cada mente será glorificada! Que faixa de luz vai envolvê-la! Que capacidade de entendimento vai deleitá-la! Então todos os mistérios serão desvendados, todos os problemas resolvidos, todas as discrepâncias reconciliadas. Então cada verdade da revelação de Deus, cada evento de Sua providência, cada decisão de seu governo, ficará ainda mais transparentemente clara e resplandecente como o próprio sol. Você, em sua busca presente pelo conhecimento espiritual, lamenta a escuridão da sua mente, a fraqueza de sua memória, as limitações de suas faculdades intelectuais? Então nos regozijemos na esperança da glória que está para ser revelada em você - quando todos os seus poderes intelectuais serão renovados, desenvolvidos, aperfeiçoados, de modo que você conhecerá como você é conhecido.

(c) Melhor de tudo, haverá a glória da santidade perfeita. A obra da graça de Deus em nós, então, será completada. Ele prometeu que aperfeiçoará "o que me toca" (Salmo 138:8). Então será a consumação de pureza. Fomos predestinados para sermos "conformes à imagem de Seu Filho" (Rm 8:29), e quando O veremos "seremos semelhantes a ele" (1 João 3:2). Então, nossas mentes não serão mais contaminadas por imaginações do mal, nossas consciências não serão mais manchadas por um sentimento de culpa, nossas afeições não serão mais enganadas por objetos indignos. Que perspectiva maravilhosa é esta! A "glória" que será revelada em mim agora dificilmente pode refletir um raio solitário de luz! Em mim - tão desobediente, tão indigno, tão pecador, vivendo tão pouco em comunhão com Aquele que é o Pai das luzes! Pode ser que em mim esta glória seja revelada? Assim afirma a infalível Palavra de Deus. Se eu sou um filho da luz por estar "nele", que é o resplendor da glória do Pai, mesmo que agora habite em meio a tons escuros do mundo, um dia irei ofuscar o brilho do firmamento. E quando o Senhor Jesus retornar a esta terra ele deve ser "admirável naquele dia em todos os que creem" (II Tes. 1:10).

Finalmente, o apóstolo aqui pesa o "sofrimento" do tempo presente em oposição a "glória", que deverá ser revelada em nós, e como ele declarou que uma "não é digna de ser comparada" com a outra. Uma é transitória, outra é eterna. Como, então, não há proporção entre o finito e o infinito, não há comparação entre os sofrimentos da terra e a glória do céu. Um segundo de glória superarão uma vida de sofrimento. O que são os anos de labuta, de doença, de lutar com a pobreza, de tristeza em qualquer forma, quando comparados com a glória da terra de Emanuel! Beber do rio da vida na mão direita de Deus, uma respiração no paraíso, um instante em meio ao sangue lavado ao redor do trono, será mais do que compensador do que todas as lágrimas e gemidos da terra.  “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada”.

Que o Espírito Santo permita que tanto o escritor quanto o leitor se agarrem a isso e apropriem-se com fé e vida na posse presente e gozo disso para o louvor da glória da graça divina.

Da obra "Comfort for Christians" de A.W. Pink – Consolo nas Aflições, sofrimentos compensados, capítulo 3 - Traduzido por Edimilson de Deus Teixeira – Li em:Discernimento Bíblico.

Fonte: Reformando-me
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