sábado, 30 de janeiro de 2016

O ARREBATAMENTO DA IGREJA




INTRODUÇÃO A I Epístola aos Tessalonicenses foi escrita por Paulo, quando a igreja daquela localidade tinha dificuldade para compreender a natureza do arrebatamento, e da ressurreição dos salvos. A maioria dos membros da igreja de Tessalônica havia se convertido da idolatria. O apostolo queria expressar sua alegria pela firmeza deles, encoraja-los em meio aos sofrimentos, instrui-los no caminho da santidade, corrigir os conceitos errados sobre a volta do Senhor.  A passagem de I Ts. 4.13-18 é bastante esclarecedora, e nos ajuda a compreender a sequência e objetivo desse acontecimento. Nesta lição faremos uma análise desse texto, destacando seu significado e propósito, não apenas para a igreja daquela comunidade, mas também para os crentes atuais.
1. RESSURREIÇÃO DOS SALVOS Existem alguns aspectos que envolvem o arrebatamento da igreja, o principal deles será a ressurreição dos salvos. Isso significa que os crentes que morreram em Cristo, na ocasião do arrebatamento, ressuscitarão primeiro. Essa verdade bíblica está em consonância com I Co. 15.23,24, na qual o Apóstolo discorre sobre esse evento escatológico. Essa doutrina revela que há uma unidade entre os crentes vivos e aqueles que partiram com Cristo. Esse esclarecimento se fez necessário porque os crentes de Tessalônica tinham dúvidas em relação a esse episódio. Ao que tudo indica, alguns deles estavam desesperados, pois não sabiam o que acontecia depois da morte. Paulo explica: “Nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem” (I Ts. 4.15). A palavra “preceder” em grego é phthasõmen é acompanhada de um duplo negativo, a fim de demonstrar ênfase. Em relação ao futuro, o Apóstolo também é enfático: os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro (v. 16). Em relação à ressurreição, faz-se necessário esclarecer que Cristo é a primícia daqueles que haverão de ressuscitar; cujo acontecimento pleno se dará no arrebatamento da igreja. Mas existe ainda outra ressurreição, a do restante da humanidade, para juízo eterno (Dn. 12.2; Jo. 5.28,29; Ap. 20.5). Os santos que morreram em Cristo aguardam ainda a ressurreição, isso quer dizer, então, que eles esperam a glorificação do corpo, quando o que é corruptível se revestirá da incorruptibilidade (I Co. 15.51-55). Nem todos nós morreremos! Mas todos seremos modificados! Para o crente a morte não tem nada de aterrorizante, mas é um ganho, porque o crente estará com o Senhor Fp. 2.21-23. Contudo, os crentes que estiverem vivos quando Cristo voltar não experimentará a morte.
2. ARREBATAMENTO DA IGREJA Por ocasião do arrebatamento (gr. harpazo) os crentes, tanto os vivos quanto aqueles que ressuscitarão, receberão um novo corpo glorificado. O objetivo, daqueles que vivem e dos que morreram, é será encontrar com o Senhor nos ares, e estar para sempre com Ele (I Ts. 4.17). por causa da promessa do arrebatamento, os que creem não sofrerão a ira do Senhor 1Ts. 5.1-11. Enquanto isso, eles podem sofrer a ira dos homens e de satanás. Portanto nestes últimos dias é necessário estarem vigilantes para que não sejam encontrados no mesmo estupor em que os incrédulos estão vivendo. Enquanto esperam e viam, eles devem edificar uns aos outros, repeitar os anciãos, e permanecer inculpáveis perante Deus e o mundo 1Ts. 5.12-22.   Acontecerá, nessa oportunidade, uma transformação (allassõ), ou seja, os crentes assumirão uma nova posição. Em relação ao novo corpo, Paulo explica que terá uma mudança em conformidade com o de Cristo ressuscitado (Fp. 3.21; I Jo. 3.2). Nas limitações do corpo presente, gememos em nosso íntimo, aguardando a redenção (Rm. 8.23), o dia em que não mais passaremos por dores, as doenças e enfermidades não mais nos alcançarão. O arrebatamento tem um significado especial para os crentes, porque depois de celebrarmos nos ares as Bodas do Cordeiro, eles seguirão para a casa do Pai (Jo. 14.2,3; I Ts. 3.13). Essa também será um ato divino de livramento, considerando que os crentes arrebatados não passarão pela tribulação, serão livres da ira vindoura (I Ts. 1.9,10). Com Cristo assumiremos a cidadania do céu em Sua plenitude, por isso esperamos com ansiedade o dia no qual a trombeta soará. Com Paulo, aguardamos até que esse dia aconteça, e passemos a desfrutar das glórias que para nós foram reservadas (Tt. 2.13).
Diante do exposto o Arrebatamento abrange apenas os salvos em Cristo:
     I.        Instantes antes do Arrebatamento, ao descer Cristo do Céu para buscar a sua igreja, ocorrerá a ressurreição dos que morreram em Cristo 1Ts. 4.16, não se trata da mesma ressureição referida em Ap. 20.4 a qual somente ocorrerá depois de Cristo voltar à terra , julgar os ímpios e prender Satanás Ap.19.11 -20.3  A ressurreição de Ap. 20.4 tem a ver com os mártires da tribulação e possivelmente com os santos do AT Ap. 20.6;
   II.        Ao mesmo tempo em que ocorre a ressurreição dos mortos em Cristo, os crentes vivos serão transformados; seus corpos se revestirão de imortalidade 1Co. 15.51,53 Isso acontecerá num instante “num abrir e fechar de olhos” 1Co. 15.52;
  III.        Tanto os crentes ressurretos como os que acabaram de serem transformados serão arrebatados 1Ts. 4.16 para encontra-se com o Senhor nos are, ou seja: na atmosfera entre a terra e o céu;
 IV.        Estarão literalmente unidos com Cristo 1Ts. 4.16,17, levados para casa do pai no céu Jo. 14.2,3 e reunidos aos queridos que tinham morrido 1Ts. 4.13 -18;
  V.        Estarão livres de todas as aflições 2 Co. 5.2,4; Fp. 3.21de toda perseguição e aflição Ap. 3.10 de todo domínio do pecado e da morte;
 VI.        A esperança de que nosso Salvador logo voltará para nos tirar do mundo, a fim de estarmos sempre com o Senhor, é a bem – aventurada esperança de todos os redimidos Tt. 2.13 é fonte principal de consolo para todo crente 1Ts. 4.18; 5.10
VII.        Paulo emprega o pronome nós em 1Ts. 4.17 por saber que a volta do Senhor podia acontecer naquele período e comunica aos Tessalonicenses essa mesma esperança. A Bíblia insiste que anelemos e esperemos e confiadamente a volta do nosso Senhor Rm. 13.11. 1 Co. 15.51,52;
VIII.        Quem está na igreja, mas não abandona o pecado e o mal, sendo assim infiel a Cristo, será deixado aqui no arrebatamento, os tais ficarão neste mundo e farão parte da igreja apostata Ap.17.1 sujeitos a ira de Deus;
 IX.        Depois do arrebatamento virá o dia do Senhor, um tempo de sofrimento e ira sobres os ímpios 1Ts. 5.2-10.      
3. CONSOLO PARA OS CRENTES A mensagem do arrebatamento não deve ter como objetivo central assustar os crentes, amedrontando-os. Antes, deve alimentar nossa esperança, na certeza de que quando a trombeta soar estará voltando para casa. Jesus consolou os discípulos, justamente no momento em mais precisavam, quando o Senhor se despedia deles. Para que não se entristecessem, prometeu voltar para leva-los para junto deles, e a presença gratificante do Consolador (Jo. 14). O coração do crente não deve ficar perturbado diante das vicissitudes da vida, antes devemos descansar nos cuidados do Senhor. A presença dEle, e do Seu Espírito, nos traz consolo na situações adversas. Ao que tudo indica esse também era o problema dos crentes de Tessalônica, por causa da ignorância escatológica, ficaram angustiados, sobretudo diante da morte. Mas nós sabemos que a morte não é o fim, nem mesmo para aqueles que já partiram, pois temos a convicção, pela Palavra do Senhor, que os mortos em Cristo ressuscitarão, e os que estiverem vivos serão transformados (I Ts. 4.15,17). Diante dos momentos difíceis, não devemos ficar com o coração conturbado, pois estamos firmados em uma bendita esperança, que é o fundamento da nossa alegria (I Ts. 2.19). Paulo em enfático em sua admoestação aos crentes: “Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (I Ts. 4.18).
CONCLUSÃO O arrebatamento, o translado dos crentes que pode acontecer a qualquer momento, é a bendita esperança da igreja. Diante de um mundo marcado pelo desespero, devemos consolar uns aos outros com as Palavras de Cristo, que ressoam no evangelho, e com a revelação dada a Paulo, a respeito desse evento escatológico. A igreja de Cristo não teme o arrebatamento, antes purifica a si mesma (I Jo. 3.3), assim como Ele é puro, e aprendeu a amar a vinda do Senhor para arrebatá-la (II Tm. 4.8), que lhe traz consolo (I Ts. 4.18).

BIBLIOGRAFIA
DEMY, T., ICE, T. A verdade sobre o arrebatamento. Porto Alegre: Actual Edições, 2001.
ICE, T., DEMY, T. (eds). Quando a trombeta soar. Porto Alegre: Actual Edições, 2015.
ELMER L. TOWNS / BEM GUTERREZ – A Essência do Novo Testamento – Editora Central Gospel.
BEP – Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD

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