quinta-feira, 27 de agosto de 2015

HOMENS SEM DEUS, SEM AFETO RM.1.31

Na nossa relação com as pessoas, frequentemente nos afeiçoamos a umas e nos afastamos de outras. É algo natural e normalmente baseado nas preferências pessoais, estilos e afinidades. Não se trata de amar algumas pessoas e não amar outras, mas apenas de ter preferências naturais. Os irmãos em Corinto passaram por esse problema. Quando os apóstolos passaram por essa igreja, alguns irmãos se afeiçoaram a uns e outros irmãos se afeiçoaram a outros. Isso é afeto natural. O Apóstolo Paulo tentou resolver esse problema dizendo aos irmãos:
Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo? (1 Co 1:11-13) Mas qual é o problema de ter afetos naturais? Quando nos afeiçoamos de maneira natural às pessoas normalmente deixamos de dizer a verdade a elas, especialmente quando somos orientados pela Palavra ou diretamente pelo Espírito. Se você presa muito uma pessoa, se ela é muito chegada a você, ou você a tem considerado mais espiritual, ou pelo fato de ela ter-lhe ajudado muito no passado, se vocês possuem muita intimidade e até uma certa “cumplicidade”, como dizer a verdade? Se você falar o que você pensa ou o que entendeu pela Palavra ou pelo Espírito, talvez você pense: - se eu falar isso para o meu amigo, ele vai ficar furioso ou vamos deixar de ser amigos… Então você se cala, sacrifica a verdade e, pior, deixa de ajudar a pessoa, abandonando-a ao erro e, talvez, até mesmo seja arrastado juntamente com ela. Por causa do afeto natural, também quantas heresias destruidoras tem se instalado no meio do povo de Deus… Quão perigoso é o afeto natural! O apóstolo Paulo, com base na sua experiência com uma infinidade de irmãos, entendeu diversas nuances do plano de Deus e, no tocante ao afeto natural, escreveu aos irmãos em Éfeso: “…but by speaking what is true in love to each other we should grow up in all things into him who is the head, even the Anointed One…” – (…mas por falar o que é verdade em amor uns aos outros, devemos crescer em todas as coisas naquele que é a cabeça, o Ungido…) – tradução livre Versão Father’s Life. Quando falarmos o que é verdadeiro e o que é a verdade, ou realidade das coisas, cresceremos em todas as coisas! “Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo” (Ef 4:25). Cristo é a verdade (Jo 14:6)! Entretanto, para ganhar esse Cristo, que é a Verdade (com “V” maiúsculo), precisamos abandonar a mentira e falar a verdade (com “v” minúsculo”), isto é, expor a nossa verdadeira vida, sem máscaras ou fantasias, com todas suas limitações, falando o que pensamos ou sentimos e como percebemos esse Cristo em nossas vidas e nas vidas dos nossos irmãos. Quando há essa disposição de falar e sustentar a “verdade”, aquele que é A Verdade inicia seu trabalho de libertação interior. “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (Jo 8:31-32) Quando o Senhor Jesus fala conosco, recebemos Sua palavra; se a praticamos, permanecendo firmes nela, nos tornamos Seus discípulos, e um discípulo vai conhecer a verdade, isto é, sua vida será iluminada pelo falar de Deus, suas mentiras, afetos, visão distorcida, segredos ocultos, aparências, tudo virá a luz! Iremos conhecer a verdade a respeito da nossa própria vida e esse conhecimento nos libertará! É impossível ser liberto enquanto aprisionados na mentira. É impossível reter a verdade, ocultando mentiras na nossa vida. Somente prisioneiros livres podem ser usados para libertar os outros. O homem verdadeiramente espiritual não deve ter medo de expor suas falhas e debilidades dos irmãos. Não deve ter medo de ser humano, parcial e falho. Isso também é verdade, isto é, é a verdade a respeito da sua condição… e é a partir dessa pequena verdade, que Aquele que é a suprema Verdade se manifesta, perdoa, cura, liberta e alimenta seus vasos de misericórdia. Se em cada localidade, tivermos a graça de falar a verdade entre nós, relacionamentos genuínos serão produzidos. Os lobos serão expostos. Os fracos serão acolhidos. As heresias e ensinamentos de demônios ficarão do lado de fora. Desfrutaremos do prazer de ser recebidos não porque concordamos com tudo, mas porque somos verdadeiros, sinceros filhos de Deus e os outros poderão reconhecer que a igreja é uma coluna da Verdade e a base da Verdade. “Este é o caminho da cruz. Somente quando permitimos que ela corte profundamente, a ponto de entregarmos nossa vida da alma à morte, é que podemos ser livrados do ego em nossas afeições. Se realmente experimentarmos a morte, não estaremos presos a ninguém, mas seremos guiados apenas pelo mandamento de Deus. Nossa vida da alma, ao experimentar a morte, perde seu poder e se torna como morta na questão da afeição. Deus vai então nos guiar nEle mesmo, na renovação do nosso amor pelos homens. Deus quer que criemos nEle um novo relacionamento com aqueles que anteriormente amávamos. Todo relacionamento natural findou. Novos relacionamentos são estabelecidos através da morte e ressurreição” (O Homem Espiritual, Vol. II, W. Nee, pg. 205)

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