segunda-feira, 28 de maio de 2018

CINCO ATITUDES DE UMA PESSOA QUE PRODUZ DESUNIÃO


“Irmãos peço – vos, pela autoridade do nosso Senhor Jesus Cristo, que vocês estejam de acordo no que dizem e que não haja divisões entre vocês. Sejam completamente unidos num só pensamento e numa só intenção. Pois, meus  irmãos, algumas pessoas da família de Cloé me contaram que há brigas entre vocês. O que eu quero dizer é isto: cada um de vocês diz uma coisa diferente. Um diz: ‘Eu sou de Paulo’; outro, ‘Eu sou de Apolo’; outro, ‘Eu sou de Pedro’; e ainda outro, ‘Eu sou de Cristo’. Por acaso Cristo foi dividido em várias partes? Será que Paulo morreu crucificado em favor de vocês? Ou será que vocês foram batizados em nome de Paulo?”. ICo.1.10-13
Introdução: A igreja de Corinto estava dividida em partidos – schismas em grego (cujo sentido primordial é rasgão, como de um tecido). Apelando à origem da palavra, a igreja de Corinto, como algumas contemporâneas se encontravam retalhadas por divisões, contendas e partidarismos. Em Ef. 4.3-4, Paulo admoesta aos irmãos daqueles tempos, e o mesmo Espírito fala hoje às igrejas a fim de que sejamos um no Senhor. Na verdade, é esse mesmo Espírito que trabalha em nós a espiritualidade, para que sejamos um no Senhor Jo. 17. 21-23. Vejamos cinco atitudes de quem causa desunião na igreja:
1)    Ela sempre procura se fechar em seu grupinho chamado panelinha. As panelinhas não abrem espaço aos novos convertidos, o que me faz remeter ao autor Norbert Elias, em seu livro "Os estabelecidos e os Outsiders" que mostra claramente essa problemática, em seu livro uma comunidade de estabelecidos (moradores há gerações na localidade) estigmatizam um grupo de Outsiders (recentes moradores). Elias concentra esforços em compreender a psicologia desses Iatores sociais. “Ademais, os membros do grupo das “famílias antigas” ligavam-se entre si por laços de intimidade emocional, que incluíam antigas amizades e velhas aversões. Assim como as rivalidades de status associadas a eles, também esses vínculos emocionais eram de um tipo que só se desenvolve entre seres humanos que vivenciam juntos um processo grupal de certa duração. Sem levá-los em conta, não é possível compreender as barreiras que os membros do grupo estabelecido de Winston Parva erguiam quando falavam de si como “nós” e dos recém chegados como “eles”. Uma vez que os laços mútuos resultantes desse processo grupal eram invisíveis, os recém-chegados, que de início perceberam os antigos residentes apenas como pessoas iguais a eles, nunca entendiam muito bem as razões de sua exclusão e estigmatização. Por sua vez, os antigos residentes só conseguiam explicá-las em termos de seus sentimentos imediatos, de sua sensação de pertencer a uma parte superior da vizinhança, com atividades de lazer, instituições religiosas e uma vida política local que eram apreciadas por todos, e não queriam misturar-se em sua vida particular com pessoas de áreas inferiores da localidade, a quem viam como menos respeitáveis e menos cumpridoras das normas do que eles. 
   Pois bem, abrindo mão do sociólogo e rumando para nosso maior referencial, Jesus Cristo, que resumiu todos os mandamentos em um só "Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” Jo 13:34. “Nosso amor por outro deve ser livre e de boa vontade. Devemos amar o próximo porque Cristo nos amou” Nesse versículo, Jesus deixa claro a importância do amor, tarefa difícil, mas fundamental na vida do cristão. Buscar a cada dia um amor sublime por seus semelhantes, da mesma forma entre irmãos, na igreja, onde devemos ser um só corpo, unidos, amando nosso irmão, como Cristo nos amou. O apostolo Paulo escrevendo sua primeira carta aos coríntios, por conta dos grupinhos que lá havia no Cap. 1 verso 13 Ele questiona com uma interrogação “Está Cristo dividido”? Paulo identifica quatro partidos na igreja de Corinto. Não se separaram dela; são divisões que existem dentro da igreja. A palavra que utiliza para descrevê-las é schismata, que significa rasgos num vestido. A igreja de Corinto está em perigo de converter-se em algo tão desagradável como um vestido rasgado.
   As principais escolas filosóficas da Grécia costumavam invocar o nome de seus fundadores e principais mestres. Esse costume poderia explicar a vanglória dos coríntios em seguir Paulo, Pedro, Apolo e mesmo o Mestre de todos, Cristo.
  Os slogans usados pelos coríntios (“eu sou de…”) ratificam esse ponto. O problema tinha a ver com a tendência comum de alguns crentes de venerar líderes cristãos reconhecidos. Com exceção de Cristo, os nomes escolhidos pelos coríntios são de um apóstolo (Pedro e Paulo) ou de alguém associado com eles (Apolo): Paulo era o fundador apostólico da igreja 4.15; Apolo, por sua vez, embora não considerado como um apóstolo, era um pregador eloquente e tinha desenvolvido um ministério frutífero entre os coríntios, depois da partida de Paulo 3.6, cf. At 18.24-28, 19.1; E Pedro era o conhecido líder dos apóstolos, e muitos possivelmente teriam sido atraídos a ele, embora não seja certo que alguma vez ele haja visitado a igreja de Corinto.
  Os “de Cristo” são notoriamente difíceis de identificar. Embora a escolha do nome de Cristo tenha sido possivelmente uma reação ao partidarismo em torno de nomes de homens, os seus aderentes nada mais são que outro partido. Eles se vangloriavam de que seguiam a Cristo somente, e não a homens, mesmo que estes fossem apóstolos. Paulo os teria criticado pela forma facciosa com a qual afirmavam esta posição aparentemente correta. É provável que os membros do partido “de Cristo” eram os mesmos “espirituais”, um grupo na igreja que se considerava “espiritual” cf. 3.1; Paulo falou a respeito da diferença entre o homem espiritual (pneumatikos), e que portanto pode compreender as verdades espirituais, e aquele que é psuchikos, aquele cujos interesses, fins e ideias não vão para além da vida terrena ou física, e que portanto não pode compreender a verdade espiritual. 12.1; 14.37. Para eles, o conceito de ser “espiritual” estava relacionado com o uso dos dons espirituais, principalmente de línguas e de profecia. Este grupo, por causa do acesso direto que julgava ter a Deus, através dos dons, teria considerado desnecessário o ministério de Paulo, tinham-no em pouca conta, e mesmo queriam julgar a sua mensagem 1 Co. 4.3; 4.18-21; 8.1-2; 9.3. Esse seria o grupo “de Cristo,” cujos membros (em sua própria avaliação) não dependiam de homem algum, mas somente e diretamente do Senhor, através dos dons. Paulo faz pouco caso das suas reivindicações, e considera a igreja toda como sendo “de Cristo” cf. 3.23; 2 Co. 10.7.
  Paulo, entretanto, expõe a causa interna principal para as divisões entre os coríntios: eles ainda eram carnais 1 Co. 3.1-4; cf. Gl. 5.20. Esta carnalidade, embora deva ser interpretada primariamente como imaturidade, em contraste aos “maduros” ou “perfeitos” 1 Co. 2.6, carrega uma conotação ética, como a expressão “andar segundo os homens” 1 Co. 3.3 indica. “Andais como homens’, isto é, como homens sem regeneração. (Comparar com Mt. 16:23). ‘Segundo a carne e não segundo o Espírito’, conforme sucede aos regenerados pelo Espírito. (Ver Rm. 8:4 e Gl. 5:25,26)”. Podemos concluir que os partidos de Paulo, Apolo, Cefas e Cristo, que estavam rachando a igreja de Corinto, não eram partidos teológicos, isto é, aglutinados em torno da suposta teologia de cada um destes nomes. Mais provavelmente, os partidos se formaram a partir das preferências pessoais dos coríntios individualmente, tendo como impulso a sua imaturidade, sua carnalidade, e sua tendência, como gregos, de exaltar mestres religiosos. O partido de Cristo, por sua vez, havia se formado por outro motivo, a enfatuação religiosa produzida pelos dons carismáticos.
    A situação triste da igreja de Corinto nos fornece um retrato do espírito divisivo que ainda hoje permeia as igrejas evangélicas. É um texto básico para ser pregado e ensinado nas igrejas e seminários. Nem sempre os líderes são culpados do culto à personalidade que crentes imaturos lhes prestam. Paulo, Apolo e Pedro certamente teriam rejeitado a formação de fã-clubes em torno de seus nomes. De qualquer forma, os líderes evangélicos sempre deveriam procurar evitar dar qualquer ocasião para que isto ocorra, como o próprio Paulo havia feito 1 Co. 1.13-17. Infelizmente, o conceito de ministério que prevalece em muitos quartéis evangélicos de hoje é exatamente aquele que Paulo combate em 1 Coríntios.
2)    Ela é uma pessoa egoísta deseja tudo para si nunca compartilha com os outros. “Sede antes servos dos outros, pelo amor Gl. 5.13” A liberdade cristã não é libertinagem pela simples, mas a tremenda razão que o cristão não foi feito livre para pecar, mas sim, pela graça de Deus, é livre para não pecar. O cristão é aquele que pelo Espírito de Cristo que habita nele, está tão purificado do eu que ama a seu próximo como a si mesmo, algo que não é possível senão para o cristão. E na visão de Jesus, se eu não me amo não consigo igualmente amar a meu próximo uma vez que devo amá-lo como amo a mim mesmo. Precisamos cultivar uma auto-imagem equilibrada de nós mesmos. Somos filhos de Deus, mas não reinamos no mundo. Por outro lado precisamos exercitar a humildade sem permitir que as pessoas nos pisem ou tirem vantagem por isso. Eu e você precisamos ter um amor próprio equilibrado baseado na ótica da cruz, prisma pelo qual Deus nos enxerga.
  Quando nos comparamos com alguém fatalmente é para mostrar o quanto somos melhores ou o quanto somos piores que aquela pessoa. Nenhuma das duas visões seja a do “crente orgulhoso” seja a do “cristão coitadinho” combina com a forma pela qual Deus nos vê. Não medimos nosso valor nos comparando aos outros. Sequer nosso valor está em nossas concepções pessoais mais íntimas. Todavia nosso valor está no sangue de Cristo derramado na Cruz. 1Pd.1.18. Não foi mediante coisas corruptíveis. . . Que fostes resgatados. Aquelas eram pessoas simples e pobres. Pela segunda vez (cons. v. 7) Pedro se refere desdenhosamente à riqueza temporal quando comparada com a herança da salvação que não tem preço. Do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram. Pelo precioso sangue. . . de Cristo. A palavra precioso (gr., timios) é peculiaridade de Pedro. A ausência de pecado no Cordeiro, ou Seu sofrimento vicário, forneceram a base para uma nova e celestial escala de valores (Moody). Por isso todos podemos nos amar reflexivamente e mutuamente. Porque Ele nos amou primeiro e nos ensinou a fazê-lo. Precisamos aprender a amar como Deus ama. E isso é projeto para a vida toda.
3)    Ela tem uma atitude de concorrência. Sempre que chega alguém novo na igreja, ela quer se sobressair diante daquela pessoa, tem atitudes de desdém e ignora estas pessoas. “Paulo chama aos que assim agem como carnais ICo.3.1-3”. Alguém que consegue entender o que lhe é dito no sentido literal, cujos espíritos se desenvolverão mais tarde, mas que, por uma questão de desenvolvimento, são incapazes de entender as coisas espirituais.
   Na primeira visita de Paulo, os coríntios eram fracos, pelo simples motivo de que eram recém-convertidos. O apóstolo não os acusa por causa dessa condição. “Eles haviam recebidos alguns dos primeiros princípios bíblicos do cristianismo”, mas não tinha amadurecido para entendimento do mesmo ou para fé e santidade, não estavam desenvolvidos; todavia esta claro de acordo com algumas passagens na carta de Corinto, que os Coríntios eram muito orgulhosos de sua sabedoria e conhecimento. “É muito comum na igreja que pessoas de conhecimento e entendimento moderado sintam muito orgulho”. A chegada de um novo convertido na igreja é motivo de alegria para os maduros, que tem conhecimento e entendimento do Cristianismo, no sentido do crescimento do reino de Deus aqui na terra.  “ Assim como os membros maduros de uma família física protegem os mais novos, aqueles discípulos com entendimento mais maduro procurarão proteger as consciências de seus irmãos mais fracos. Aqueles que são mais fracos, que amam verdadeiramente o Senhor, naturalmente buscarão crescer. Tais diferenças são frequentemente resolvidas com estudo paciente, quando o corpo todo busca edificar-se em amor Ef. 4:15-16. E que essa alegria deve culminar em incentivo para os novos convertidos, afim de que eles cresçam com rapidez no conhecimento e venham se tornar adultos, para que possam se alimentar de um alimento solido.
4)    Ela demonstra que só a igreja dela possui a salvação     outras pessoas de outras igrejas não são consideradas nem sequer irmãos. Esta não é a igreja que Cristo Sonhou. A Igreja não salva se o que salva na Igreja for algo que não seja a fonte de salvação. Ou seja, a Igreja nunca salvará ninguém se a fonte de salvação que ela propõe for ela por ela mesma. A Igreja não salva se o que salva na Igreja for algo que não seja a fonte de salvação. Ou seja, a Igreja nunca salvará ninguém se a fonte de salvação que ela propõe for ela por ela mesma. A igreja não salva, mas a igreja é para os salvos. A placa e o templo identifica uma denominação, local onde parte da igreja de Cristo se reúne.Jesus sonhou com uma igreja que encarnasse o seu amor Jo 15.12-17”. Os alicerces do templo sabemos muito bem onde estão. Mas onde está os alicerces da igreja, esse organismo vivo que Jesus sonhou edificar está no Senhor Mt. 16.18 “Em 1 Coríntios 3:11 Jesus é o único fundamento e ninguém pode estabelecer outro”.
5)    Porque às vezes ela não vai com o jeito da outra pessoa. Porque diz que a pessoa é careta, é chata, diferente, é feia, é gorda, é antipática, é amuada, é tímida e muitos outros adjetivos para justificar a atitude. IJo. 2.11 – “Aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir, porque as trevas lhe cegaram os olhos” “Aquele que está possuído de malicia contra seu irmão está destituído da luz espiritual”. Há uma classe de pessoas que pregam o amor por outras nações, e que nunca conseguiram viver em paz dentro de seu próprio círculo familiar. João insiste no amor para com nossos irmãos, para com o homem com quem estamos em contato todo o tempo. “O amor capacita o homem a andar na luz; o ódio o leva às trevas, mesmo quando ele não compreenda que é assim”. (barclay).
    Conclusão: Viver em comunhão com todos é a base do cristianismo. O Salmista no salmos 133 nos deixa uma lição de união, oh quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união é como o óleo precioso. o óleo precioso que tipifica o "Espirito Santo" vejamos quão grande é o sentido da comunhão.
    
     PB. RINALDO SANTANA



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