sexta-feira, 6 de junho de 2008

O CRISTÃO PODE JULGAR?

Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; e é o que deseja o meu povo. Porém que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim? - Jeremias 5:30 - 31.

Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça. - João 7:24

Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida! Entretanto, vós, quando tendes a julgar negócios terrenos, constituís um tribunal daqueles que não têm nenhuma aceitação na igreja. Para vergonha vo-lo digo. Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa julgar no meio da irmandade? 1 Coríntios 6:2 - 5

Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti -lhe face a face, porque se tornara repreensível. Com efeito, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, comia com os gentios; quando, porém, chegaram, afastou-se e, por fim, veio a apartar -se, temendo os da circuncisão. E também os demais judeus dissimularam com ele, a ponto de o próprio Barnabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles. Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos... Gálatas 2:11 - 14.
O cristão pode julgar? Esta é uma pergunta que poderia ser irrelevante. Poderia não fosse a impressionante realidade que estamos vivenciando nos dias de hoje. Este autor tem escritos diversos artigos publicados no jesussite.org [2] os quais têm motivado alguns leitores a lhe escreverem mensagens eletrônicas. Alguns escrevem para agradecer, outros apenas para elogiar e outros para expressar sentimentos que variam de frustração à ira. Entre este último grupo as críticas podem ser facilmente classificadas em quatro categorias, a saber:

1) Em primeiro lugar, o campeão disparado, é a citação de alguns versículos bíblicos, com especial ênfase nas passagens de Mateus 7:1 - 5 e Romanos 14:4 e 10 visando mostrar quão errado, impróprio e até anti-cristão é o ato de julgar.

2) Em segundo lugar estão aqueles que sugerem que não é possível julgar a ninguém porque somente Deus sabe os verdadeiros motivos das pessoas. Estes sugerem que devemos deixar tudo correr como tem que correr e aguardar o juízo final de Deus.

3) Em terceiro lugar está a turma do "deixa disso" alegando que toda crítica é perniciosa e causa divisões no corpo de Cristo. "Irmão Alex", me escrevem "temos que manter a unidade a qualquer custo".

4) Em quarto lugar estão aqueles que pedem para que nomes não sejam mencionados porque este ato prejudica demais aos citados. Neste último lote se encontram muitos pastores que consideram um sinal de maturidade e maior espiritualidade não citarem nomes quando querem fazer uma crítica.

O autor não consegue evitar a profunda tristeza que experimenta ao perceber nestas mensagens eletrônicas o nível em que se encontram os cristãos em geral e a cristandade [3] em particular. Um velho professor e amigo costumava dizer o seguinte: "Alex, a ignorância é o paraíso". E hoje, 25 anos depois, sou obrigado a concordar absolutamente com ele.

Sinto-me motivado a escrever este artigo porque observo que muito desta ignorância é alimentada pelos próprios indivíduos que gostam de se intitular "Pastores, Reverendos, Mestres, Doutores, Bispos" e, ultimamente, "Apóstolos". Em vez de ensinarem o que a Bíblia diz acerca da responsabilidade cristã de julgar preferem alimentar a ignorância do povo. Este ato, o de alimentar a ignorância, visa à auto defesa que procura colocar estes indivíduos acima e fora do alcance de qualquer admoestação, censura ou repreensão. E infelizmente, para complicar ainda mais a situação, os crentes em geral se submetem a este tipo de abuso espiritual, fazendo-o, a grande maioria, de boa vontade. Este problema, a associação daqueles que têm a responsabilidade de guiar com aqueles que são guiados, para perverter a Palavra de Deus, não é novo. O profeta Jeremias enfrentou situação semelhante e se não soubéssemos que o mesmo profetizou entre 627 a 580 a.C. teríamos a impressão que ele estava se referindo aos nossos dias tamanha a atualidade de suas palavras. O profeta Jeremias diz o seguinte: "Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; e é o que deseja o meu povo. Porém que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim? - ver Jeremias 5:30 - 31". Para entendermos de forma mais precisa estas palavras de Jeremias é necessário compreendermos o contexto em que elas foram ditas. A semelhança com os nossos dias, como se verá, é inescapável!


Referências:
1 - Todas as citações bíblicas neste artigo são da versão de Almeida Revista e Atualizada (ARA) publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil a menos que outra tradução seja indicada.
2 - Ver "A Igreja Cristã no Brasil no Século XXI", "As Contradições da Cristandade"; e "Enganados de Propósito".
3 - Por Cristandade o autor se refere a este sistema completamente falido representado por todos os grupos que se denominam cristãos e que pretendem estar seguindo os ensinamentos Bíblicos e imitando a Jesus.

Um comentário:

  1. à guisa de colaboração no que se discute, é o meu entendimento: quando alguém cita o texto do evangelho de Mateus no versículo de numero um do capítulo sete, quando é advertido de algum ato pecaminoso, não vislumbra o fato que quem julga condena ou absolve.Isto posto é de bom alvitre que se analize à liuz do direito, o que é um julgamento:Em primeiro lugar ser conhecedor do fato ou do ato criminoso ou pecaminoso bem como a sua autoria: se conhecer o dispositvo legal ou religioso, que o defina, com a respectiva pena cominada: daí deriva o processo de julgamento, cujo ritual está previsto nas disposições legais,com variações de cultura e particularmente da gravidade do ato. O tempo para que seja dada a sentença final é variável e imprevisível na maioria dos casos, mormente no sistema brasileiro, mas pode durar segundos ou minutos na mente de quem aprecia o comportamento do seu semelhamte.Sem me alongar mais por falta de espaço,concluo que nós não podemos julgar a pessoa, mas o sim ato praticado, à luz da Palavra de Deus. Só Deus, que conhece os nossos corações e nossas mentes,pode julgar.A nós,nos compete repudiar o ato e ajudar o pecador ou mesmo ao irmão que porventura pratique um ato pecaminoso,no sentido de ajudá-lo na sua reconcilialçao com Deus e com a Sua Igreja.

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