quinta-feira, 27 de agosto de 2015

QUEM TEM AMOR “NÃO BUSCA SEUS INTERESSES 1Co. 13:4-7



Introdução: No grego antigo, havia três palavras que significavam amor: "eros", "phileo" e "ágape". Eles usavam a palavra de acordo com o tipo de amor a que estavam se referindo.
"Eros" se referia ao amor sexual e, como sabemos, deve existir dentro do casamento.
"Phileo" significava o amor que existia entre pais e filhos, e entre irmãos. Este tipo de amor, que se desenvolve com o tempo, também deve existir no casamento.
"Ágape" que é o mais profundo e o mais sublime de todos. Este amor sempre caracterizou Deus. Em João 3:16 a Bíblia nos mostra o tão grande amor do nosso Deus quando diz: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho..." Existe maior amor do que este? Encontramos também este amor expresso em I Coríntios 13:4-7 . Um casamento fundamentado no AMOR ÁGAPE pode sobreviver a qualquer tipo de tempestade, desencontros, desavenças, etc. Se alicerçamos nosso casamento no AMOR ÁGAPE, a palavra de Deus se torna realidade quando Ele diz: "o amor nunca acaba". Certamente este tipo de amor precisa ser aprendido e esta aprendizagem exige muito esforço e conhecimento. Todos precisamos aprender a amar. Mas, para que um casamento seja feliz é necessário existir estes três tipos de amor.
Vejamos algumas características do amor:
1.   "O AMOR É PACIENTE" 1 CO 14:4
O termo "paciente" é um verbo grego "makrothumeo" que é composto das palavras "makros" que significa “longe” e "thumos" que significa "raiva", "ira". Em outras palavras, "makrothumeo" significa "afastar-se antes que você fique irado." e é o oposto de “temperamento curto". "Makrothumeo" tem mais o significado de ser paciente com as pessoas do que ser paciente com as situações, pois ser paciente com as situações há outra palavra em grego que será usada mais tarde na mesma passagem de 1 Coríntios. O amor não se irrita com as pessoas facilmente, não perde a têmperança, mas permanece paciente.
2.   O AMOR É BONDOSO 1CO. 14.4
Outra característica do Amor é a Bondade. A palavra em grego para "bondade" é o verbo "chresteuomai" que é usada apenas  no Novo Testamento. Contudo, é usado muito poucas vezes, em duas outras formas. Um é o adjetivo "chrestos" enquanto o outro é o substantivo "chrestotes". "Chrestos" significa "bom, gentil, benevolente, benigno, ativamente benéfico apesar da ingratidão." Comsequentemente, "chresteuomai" significa mostrar sua própria bondade, isto é, ser gentil, bom, benévolo, mesmo que seja confrontado com ingratidão.
3.   "O AMOR NÃO É INVEJOSO" 1 CO. 14:4
A palavra "inveja" que é usada nesta passagem é o verbo grego "zeloo". O substantivo correspondente é "zelos". "Zeloo" e "zelos" são ambos usados no sentido bom e no mal. No bom sentido é usado no sentido de zelo, ardor. Assim, por exemplo, em 1 Coríntios 14:1 somos chamados a perseguir o amor, e desejar [zeloo] as coisas do espírito. Contudo, zelos e zeloo são mais usados no sentido negativo. Neste sentido zelos significa inveja, ciúme. Tiago 3:14-16 esclarece as consequências e fonte do ciúme:
Tiago 3:14-16 "Mas, se tendes amarga inveja[zelos], e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja [zelos] e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa."
A fonte da inveja e do ciúme é a carne, a natureza antiga (veja também Gálatas 5:20). Quando há ciúmes, você se alegra quando eu sofro e sofre quando eu estou alegre, muito contrário do que a Palavra de Deus ordena 1 Coríntios 12:26. Ao contrário, e uma vez que o amor não é invejoso, quando você ama, você se alegra quando eu me alegro e sofre quando eu sofro.
   4. "O AMOR NÃO VANGLORIA" 1 CO. 14:4
A palavra traduzida para "vangloriar" aqui é o verbo grego "perpereuomai" que significa "mostrar-se a si mesmo um leviano e fanfarrão". É o tipo de comportamento que continuamente diz: "Eu consegui, Eu tenho, Eu fiz,...etc." A palavra “eu” é frequentemente usada por tal pessoa. Como Cristãos às vezes fazemos o mesmo. Nós dizemos: "Eu fiz para o Senhor...", "Eu tenho orado muito", "Eu gastei muito tempo estudando a Bíblia hoje, "Eu sei disto e daquilo da Bíblia" significando que sou mais digno que você e que você provavelmente não fez “tudo aquilo”. Contudo, quando amamos de fato, não nos vangloriamos, porque reconhecemos que não há nada que nos faça diferente de qualquer outro irmão ou irmã da comunidade. Conforme 1 Coríntios 4:7 diz:
1 Coríntios 4:7 "Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?"
Tudo que temos nos foi dado por Deus. Não fizemos por merecê-los. É por isso que não temos o direito de vangloriarmos em coisa alguma ou de alguém senão do Senhor. Conforme 1 Coríntios 1:31 nos diz:
1 Coríntios 1:31 "AQUELE QUE SE GLORIA GLORIE-SE NO SENHOR"
Gloriaremos-nos então de nossas habilidades, valor ou mesmo devoção? Se amamos não faremos isto. Porque, se amamos nos vangloriaremos no Senhor e Nele somente.
4.   "O AMOR NÃO SE ORGULHA" 1 CO. 14:4
Outra coisa que o amor não faz é se orgulhar. A palavra grega para "orgulhar-se" é o verbo "fusioo" que literalmente significa "vangloriar, esnobar, inchar". No Novo Testamente ele é usado 7 vezes, 6 delas em 1 Coríntios. Em todos os casos ele é usado metaforicamente com o significado de orgulho. Uma característica desta palavra está em 1 Coríntios 8:1 onde lemos:
1 Coríntios 8:1-3 "Ora, no tocante às coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que todos temos ciência. A ciência incha [fusioo], mas o amor edifica. E, se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber. Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido dele."
A ciência incha. Não estudamos a Bíblia apenas para adquirirmos ciência, mas para conhecermos a Deus que nos revela a Si mesmo na palavra. Conforme I João 4:8 diz: "Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor." Sem amor não conheceremos a Deus mesmo se formos cheios de ciência da Escritura. Mais ainda, se a ciência permanece meramente como ciência e não é acompanhada pelo amor então o resultado é a soberba, tornando-se orgulhoso, o qual é bem contrário ao que é o amor.
5.   "O AMOR NÃO MALTRATA" 1 CO. 14:5
Outra coisa que amor não faz é comportar-se "maltratar". A palavra "rudemente" aqui é o verbo grego "aschemoneo" que significa "comportar-se de maneira indecente... agir com deformidade moral". Assim por exemplo em Romanos 1:27 o erro da homossexualidade é chamado "aschemosune" (o produto de "aschemoneo"). O amor então não se porta com imoralidade ou modos impróprios, e quando tal comportamento acontece tem apenas uma fonte: O homem velho.
6.   "O AMOR NÃO BUSCA INTERESSES PRÓPRIOS" 1 CO. 14:5
Algo mais que amor não faz é buscar seus próprios interesses. A frase "seus próprios" é o adjetivo grego "eautou". Existem muitos poucos lugares na Bíblia que nos instrui a não buscar nossos próprios interesses. Romanos 15:1-3 nos diz:
Romanos 15:1-3 "Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos [eautou]. Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. Porque também Cristo não agradou a si mesmo [eautou], mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam."
Também 1 Coríntios 10:23-24 "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. Ninguém busque o proveito próprio; antes cada um o que é de outrem."
Quando caminhamos no amor não buscamos agradarmos a nós mesmos, fazendo de nós o centro de nossas atividades (individualismo). Ao contrário, através do servir a Deus nós buscamos agradar os outros. Foi o que Jesus Cristo fez. Ele serviu a Deus no amor e não buscou sua auto satisfação. Por isso que ele foi até a cruz. Conforme Filipenses 2:7-11 nos diz:
Filipenses 2:7-11 "Mas [Jesus]esvaziou-se [eautou] a si mesmo [Greek: "esvaziar-se"], tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de
7.   "O AMOR NÃO SE IRA" CO. 14:5
A palavra traduzida como “irar” aqui é o verbo grego "paroxuno" que literalmente significa "afiar por esfregar em qualquer coisa, para aguçar; para afiar, incitar, exasperar." O substantivo correspondente é a palavra "paroxusmos" a partir do qual deriva a palavra Inglês "paroxysm". É óbvio que provocação e raiva não podem coexistir com amor sincero, porque eles se opõem.
8.   “O AMOR NÃO GUARDA RANCOR" 1 CO. 14:5
A palavra “pensar” aqui é o verbo grego "logizomai" que significa "considerar". Significa literalmente "colocar tudo na mente, contar e ocupar a mente com considerações e cálculos". Uma tradução mais apurada é dada pela Nova Versão Internacional (NVI) onde se lê: "o amor não guarda rancor", Isto é, o amor esquece rápida e permanentemente o mal que foi feito a ele. Às vezes pessoas no mundo trabalham anos planejando como vingar de alguém de as feriu. Contudo, quando caminhamos como novas criaturas, quando caminhamos no amor, então não guardamos os erros que fizeram contra nós, mas os perdoamos.
9.   "O AMOR NÃO SE ALEGRA COM A INJUSTIÇA, MAS SE ALEGRA COM A VERDADE" 1 CO. 14:6
A palavra "iniquidade" vem do grego "adikia". Seu significado é: "o que não se conforma com o certo, o que não devia ser; o que não deve ser por causa da verdade revelada, ou seja, errado, injustiça." Tudo que é contra a verdade é injusto. E em João 17:17, sabemos que a verdade é a Palavra de Deus, o que é contra a Palavra, é "adikia", injustiça. Assim, conforme esta passagem, o amor se alegra com a verdade, a Palavra de Deus.
10.             "AMOR TUDO SOFRE" 1 CO 14:7
A palavra "sofrer" é o verbo grego "stego". Uma característica usual desta palavra está em 1 Coríntios 9:12 onde lemos que sua em sua missão, apesar de suas grandes responsabilidades, Paulo preferiu não usar do direito de "viver do evangelho"  1Coríntios 9:14 mas "sofrer” [stego] todas as coisas para que [Paulo e seu grupo] não sejam obstáculos ao evangelho de Cristo. "Eles sofreram tudo por causa do evangelho de Cristo, e eles fizeram por amor, pois o amor tudo sofre, tudo suporta”.
11.             "O AMOR TUDO CRÊ" 1 CO. 14:7
A palavra "acreditar" vem do verbo grego "pisteuo" que ocorre 246 vezes no Novo Testamento. Biblicamente falando acreditar significa crer no que Deus revelou em Sua Palavra ou através das manifestações do Espírito Santo (o qual quem quer que seja deve estar em acordo com a Palavra Escrita). O amor, então acredita que tudo que Deus diz, seja na Palavra ou pela manifestação do Espírito.
12.             "O amor tudo espera" 1 Co. 14:7
Outra coisa que a Palavra de Deus nos fala é que amor espera tudo. Outra vez a expressão "todas as coisas" tem que ser tomada dentro de um contexto mais geral da Palavra de Deus. Assim como em crer também com esperar a referência é focada em tudo o que a palavra de Deus diz. O amor, portanto, espera todas as coisas que foram definidas por Deus como realidades futuras, assim como coisas que devemos ter esperança. O mais óbvio disto é claro, a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
13.             "O AMOR TUDO SUPORTA" 1 CO. 14:7
Finalmente aprendemos que o amor suporta "tudo". A palavra "suportar" aqui é o verbo grego "hupomeno". Seu significado é semelhante de "makrothumeo" (para sofrer) que nós analisamos anteriormente. A diferença entre eles é que "enquanto hupomeno se refere a resposta de alguém em face a uma circunstância, denotando perseverance diante as dificuldades, makrothumeo se refer a resposta de alguém para as pessoas, denotando paciência de faltas e até mesmo provocações de outros sem retaliação. ". O amor então, além de ser muito paciente com as pessoas (makrothumeo) é também muito paciente com as circunstâncias (hupomeno). Ele espera pacientemente sem cair em desespero.
Conclusão: Conforme Colossenses 3:12-14 nos diz: "Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição."

domingo, 23 de agosto de 2015

BONDADE E MISERICÓRDIA Sl. 23.6



Introdução: é o último versículo do Salmo 23. A Bíblia indica Davi como autor deste Salmo. Ele não diz Talvez a bondade e misericórdia me seguirão. Ou Possivelmente me seguirão. Ou Tenho um pressentimento que me seguirão. Davi poderia ter empregado uma destas frases. Mas não o fez. Ele acreditava em um Deus seguro, que faz promessas seguras e oferece uma base segura. O apóstolo Tiago, descreveu Deus como aquele em quem não há mudança, nem sombra de variação Tg.1,17.
Nosso humor pode se alterar, mas o de Deus não. Nossa mente pode mudar, mas a de Deus não. Nossa devoção pode vacilar, mas a de Deus nunca. Ainda que sejamos infiéis, Ele é fiel, pois não pode trair a si mesmo II.Tm.2,13. Ele é um Deus seguro. E porque Ele é um Deus seguro, podemos declarar confiantemente: Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida.
E o que Ele fará durante todos esses dias? (Aqui está a minha palavra favorita). Ele irá seguir você.
Que modo surpreendente de descrever Deus! Estamos acostumados a um Deus que permanece num lugar. Um Deus que está entronizado nos céus, e governa e ordena. Davi, no entanto, visiona um Deus móvel e ativo. Atrevemo-nos a fazer o mesmo? Ousamos visionar um Deus que nos segue? Que nos persegue? Que nos caça? Que vem em nosso rastro e nos conquista? Que nos segue com bondade e misericórdia todos os dias de nossa vida?
Não é este o tipo de Deus descrito na Bíblia? Um Deus que nos segue? Há muitas passagens nas Escrituras que nos diriam SIM. Você não precisa ir além do terceiro capítulo do primeiro livro para encontrar Deus no papel de um investigador. Adão e Eva estão escondidos nos arbustos, em parte para cobrir seus corpos, em parte para cobrir seu pecado. Mas Deus esperou que viessem a Ele? Não. As palavras soaram no jardim: Onde está você? Gn.3,9. Com esta indagação, Deus iniciou uma busca do coração da humanidade que continua até o momento em que você lê estas palavras.
Moisés pode contar-lhe a respeito Ex.3,1-12. Jonas é outro exemplo Jn 1-4. Os discípulos de Jesus conheciam o sentimento de ser seguido por Deus Mc.6,45-51. Você já sentiu seguindo você? E mais ainda – não só nos dias desta vida, mas também depois. Davi teve a certeza: E habitarei na casa do Senhor para todo o sempre.
A casa terrena? É  só moradia a curto-prazo. A vida aqui não é a nossa casa. Nossa pátria está no céu diz o apóstolo Paulo Fp.3,20. Isto explica a saudade que sentimos da casa do Senhor.
Conforme o Dicionário Wycliffe, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento, dois elementos aparecem em particular; uma bondade que se baseia na misericórdia (hesed, cherestotes), e uma que se baseia na bondade moral de Deus (tob, agathosune) Desta maneira, em ocasiões , a bondade de Deus é manifesta:
1) A TERRA ESTÁ CHEIA DA BONDADE DO SENHOR SL. 33.5
a.   Ele te encherá a boca de riso e os teus lábios, de júbilo Jó 8.21.
b.   Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito por eles Sl 126.2.
2) É A BONDADE DE DEUS QUE NOS CONDUZ AO ARREPENDIMENTO RM. 2.4
·        Você sabe muito bem que ele é bom e que quer fazer com que você mude de vida Rm. 2.4 (NTLH)

3) CURIOSIDADES SOBRE A MISERICÓRDIA DE DEUS 
·        As misericórdias do Senhor são as causas de não sermos consumidos; Jr. 3.22a
·         Porque as suas misericórdias não tem fim Jr. 3.22b
·        A sua misericórdia se eleva até aos céus Sl. 57.10
·        As suas misericórdias permeiam todas as suas obras Sl. 145.9
·         A sua misericórdia vai de geração em geração Lc. 1.50
·        Deus é rico em misericórdia Ef. 2.4
·        Segundo sua misericórdia ele nos salvou Tt. 4.16
·        O Senhor é cheio de terna misericórdia Tg. 5.11
·        Segundo a sua muita misericórdia nos regenerou 1 Pd. 1.3
Conclusão: Deus é misericordioso para conosco. Agradeçamos pela bondade do Senhor em se revelar, para nós através da  Sua Palavra, escrita, pregada, explicada, enfim, peçamos perdão ao Senhor por termos sido tão ingratos para com a sua extrema bondade para conosco. Digamos: Oh Senhor, eu sempre estive sendo beneficiado pela tua infinita bondade e julgava que isso não passava de mera obrigação tua para comigo. Oh Senhor perdoa-me pela minha ingratidão, pela minha falta de reconhecimento. Oh Deus, que eu, como Davi, possa dizer a todos: Oh provai e vede que o Senhor é bom”. AMÉM

segunda-feira, 13 de julho de 2015

EXPERIENCIA DO PROFETA ELIAS COM DEUS



Introdução: O Todo-poderoso nos conhece, vê os nossos problemas e as nossas necessidades, e deseja agir na nossa vida. Ele não está inerte diante de nossas aflições e dilemas. No entanto, é necessário que confessemos, com o nosso coração arrependido, os nossos pecados e as nossas fragilidades, como fez o profeta Isaías.
O que aconteceu nesta passagem é que o profeta teve uma experiência com Deus e o seu ministério profético a partir desta visão mudou, e ele se tornou o profeta Messiânico. Mas o que chama atenção é a declaração de Isaias.
Desde o capítulo 1 Isaías vem profetizando palavras duras de conserto; exemplo: Is 1:3-4 “O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. Ai, nação pecadora, povo carregado de iniquidade, descendência de malfeitores, filhos corruptores; deixaram ao SENHOR, blasfemaram o Santo de Israel, voltaram para trás.” Pois assim era a vontade de Deus, porque o profeta não fala de si mesmo e sim transmite a Palavra do SENHOR.
No ano em que morreu o rei Uzias, Isaias viu também o  SENHOR e a visão foi tão notória que seu “séquito – comitiva” ou sua veste enchia o templo e diante desta visão Isaias poderia se destacar dizendo que era à exceção da conduta que o povo vivia; mas Isaias no verso 5 diz: Ai de mim! Pois estou perdido. Porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios. O tal profeta Isaias o que transmitia a Palavra do Senhor, diante da Majestade de Deus, ele se coloca no mesmo patamar do povo.
Podemos ser usados na igreja, líder de departamento, etc..., mas diante da Gloriosa presença de Deus, os nossos pecados não fazem distinção com o pecado da nação, o que precisamos aprender com Isaias é que assumimos as nossas deficiências e buscamos o perdão de Deus diariamente, pois o SENHOR Todo Poderoso tem confiado em nós uma grande responsabilidade. A partir do reconhecimento de Isaias de que na presença de Deus ele não era um santo sem pecado e uma pessoa que dependia da mesma misericórdia, Deus vendo tudo isso enviou um serafim com uma brasa do Altar de Deus, que purificou a sua vida e então se tornou o profeta Messiânico que mais falou sobre Jesus Cristo.
Algumas coisas que aconteceram com Isaías e também acontecem conosco nesta primeira experiência são:

1. O NOVO NASCIMENTO V. 1-4
-   v.1ª “No ano da morte do rei Uzias”: viemos para Jesus em meio a circunstâncias difíceis;
-    v.1b “eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono”: contemplamos a sua glória;
-  v.2 “ Serafins estavam por cima dele”: anjos do Senhor acampam-se ao nosso redor porque passamos a temer a Deus (Salmos 34.7);
-   v.3 “clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”: nossa vida se enche alegria e aprendemos a louvar ao Senhor;
       -v.4ª “as bases do limiar se moveram à voz do que clamava”: embora tudo parece ‘tremer’ ou mudar, nos firmamos na presença de Deus;
       -v.4ba casa se encheu de fumaça”: somos cheios da presença de Deus.

2. CONVERSÃO v. 5
Como aconteceu com Isaías, nossa experiência da conversão acontece ao:
     -Arrepender: sentir tristeza pelo pecado “ai de mim”;
     -Confessar: reconhecer o erro “sou homem de lábios impuros”;
     -Deixar: lutar contra o mundo e a carne “habito no meio de um povo de impuros lábios”;
    -Libertar-se: olhar somente para Jesus até ser liberto “meus olhos viram o Rei”.

   3. SANTIFICAÇÃO V. 6.7
   Como aconteceu com Isaías, nossa experiência de santificação:
    -Começa no Altar de Deus “brasa viva que tirara do altar”;
    -Através do toque do fogo de Deus “com a brasa tocou minha boca”;
    -Quando recebemos o perdão do Senhor “tua iniquidade foi tirada e perdoado teu pecado”;

4. MISSÃO V.8
Agora Isaías estava pronto para ser um verdadeiro profeta de Deus.  O chamado missionário acontece ao:
    -Ouvir a voz de Deus “ouvi a voz do Senhor”;
    -Responder ao Senhor “Eis-me aqui”;
    -Com disposição “envia-me a mim”;

1 – DEUS É O SENHOR DA NOSSA VIDA
a) — O impedimento à manifestação da glória de Deus precisou ser removido Is 6.1
A visão de Isaías aconteceu logo após a morte de Uzias, um rei ativo que contraiu lepra por desobedecer ao Todo-poderoso.
b) — A experiência de Isaías com Deus fez diferença Is 6.5
O profeta Isaías viu a glória de Deus, e isso fez toda a diferença em sua vida e em seu ministério. Ele percebeu que ia morrendo, pois era um homem de lábios impuros.
c) — Isaías teve uma experiência pessoal com Deus Is 6.1
O profeta disse: Eu vi ao Senhor. Ninguém lhe contou; Isaías vivenciou o fato. É de extrema importância que o cristão tenha experiências pessoais com Deus.
Geração afastada do Criador — a falta de experiência pessoal com Deus fez com que Israel se afastasse do Senhor Os 6.4,6; conf. Jz 2.7,10

2 – DEUS DESEJA REVELAR-SE PARA NÓS
O Senhor quer revelar o Seu caráter, o Seu amor e a Sua vontade a nós, a fim de que Ele seja tratado como o nosso Deus. Para que isso aconteça, devemos:
a) — Olhar para nós mesmos
Quando Isaías contemplou a glória e a santidade de Deus, automaticamente percebeu sua condição, e disse: Ai de mim, que vou perecendo! Is 6.5a. Saulo também teve de mudar de rumo quando viu o Senhor no caminho para Damasco At 9.3-6. E nós também precisamos olhar para nós mesmos 2Jo. l.8. Olha por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganhado, antes recebamos o inteiro galardão.
b) — Confessar os pecados
As declarações de Isaías Is 6.5 levam-nos a entender que esse profeta fez uma autoanalise, constatando que era um homem de lábios impuros. Quando as transgressões são confessadas, o Pai as joga nas profundezas do mar Mq 7.18,19. Devemos confessar as nossas culpas uns aos outros, para que saremos Tg 5.16.

3 – DEUS QUER QUE TENHAMOS UM DISCERNIMENTO ESPIRITUAL
O profeta também se deu conta de que habitava no meio de um povo de impuros lábios Is 6.5. Sendo assim, entendemos que:
a) — As experiências de Isaías foram reais e concretas
Ele viu ao Senhor assentado em um alto e sublime trono v. 1 e ouviu os serafins clamando uns para os outros: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos v. 3. Depois disso ele ainda foi tocado pelo Senhor v. 6,7.
b) — Em Deus há muitos depois
Depois disso, ouvi a voz do Senhor Is 6.8a. Deus falou ao profeta, revelando lhe coisas tremendas. Ele tem muito a manifestar e revelar a nós, inclusive inúmeros planos para a nossa vida.

4 – DEUS QUER FALA CONOSCO
Deus falou com Isaías depois de fazer o Seu servo passar por profundas experiências Is 6.8. Deus também fala conosco por meio de Sua Palavra, de fatos, de milagres e de outras pessoas, a fim de confirmar o que Ele nos disse e alimentar a nossa fé ver Jo 5.39; 10.25; Hb 2.4; 1 Pe 5.12; 1 Jo 5.7.

Porém:
Cuidado com o perigo das falsas profecias — Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas Mt 7.15a. Jesus alertou que surgirão muitos falsos cristos Mt 24.24, e Pedro disse que houve entre o povo falsos profetas 2 Pe 2.1. João ensinou-nos a não crer em todo espírito 1 Jo 4.1, e Paulo disse: Não desprezes as profecias 1 Ts 5.20 — ver 1 Ts 5.19-22.
Saiba que Deus se manifesta de forma variada — Não podemos determinar a maneira como o Pai falará conosco, se pela Palavra, pelo Seu Espírito tocando o nosso espírito, por intermédio de alguém usado em profecia, por uma revelação em um sonho. A José, filho de Jacó e Raquel, o Senhor se revelou, por meio de sonhos, que ele seria um grande líder Gn 37.6,7,9. Mas Deus pode comunicar-se de forma mais sobrenatural, como fez com Moisés Êx 3.2-4.
Ouça a voz do Senhor — O relacionamento com Deus não é unilateral; nem a oração é um monólogo, é diálogo. No episódio de Isaías  vemos como Deus conversou com esse profeta de maneira educada, perguntando: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Is 6.8a. Deus esperou uma resposta de Isaías para depois revelar a Sua vontade. Isaías disse: Eis-me aqui. Envia-me a mim v. 8. Só então Deus revelou a Sua vontade: Vai e dize a este povo Is 6.9a.

5 – DEUS AGE CONSIDERANDO O INDIVÍDUO
Atentemos para o que Deus disse a Isaías: a quem enviarei e quem há de ir por nós? Observe que o sujeito parece indeterminado: quem. Mas Isaías sabia que o Senhor falava com ele, e prontificou-se: Eis-me aqui. Essa passagem deixa claro que Deus se dirige do coletivo para o individual. Sendo assim, devemos:
a) — Colocar-nos no centro da vontade de Deus
Devemos perguntar a nós mesmos: O que o Senhor deseja da nossa vida? A que precisamos renunciar? O que é necessário abandonar? Para onde devemos ir? Às vezes, Deus nos põe no deserto das aflições porque deseja fazer-nos passar por novas experiências, como fez com Israel, que foi guiado por uma coluna de fogo e urna coluna de nuvem Êx 13.20-22.
b) — Buscar um encontro com Deus
Confiemos em Deus e lancemos sobre Ele toda a nossa ansiedade, pois Ele nos fez uma grande promessa de estar conosco todos os dias Mt 28.20b. A Palavra de Deus diz que bendito será o varão que confiar no Senhor Jr 17.7,8, e que Ele é o Senhor, e fora dele não há Salvador Is 43.11-13.

Conclusão: As experiências com o Senhor não ficam no abstrato, refletindo-se no mundo concreto. Isaías contemplou a glória de Deus, depois de ter reconhecido que era um pecador, e isso gerou grande mudança em sua vida. Nós também precisamos viver profundas experiências que nos transformem e nos façam verdadeiros profetas, para a glória de Deus.

Mensagem pregada pelo Dc. Rinaldo Santana, no culto de Missões em Santa Rosa do Ermírio dia 12 de Julho de 2015