sexta-feira, 19 de junho de 2015

A MORTE DE JESUS

A morte de Jesus na cruz não foi um acidente. Deus já havia planejado desde o Éden. O Mestre sabia que para esse fim veio ao mundo. Por isso, quando foi levado preso, não resistiu. Jesus sofreu na cruz, como um homem e como Deus, sentiu profundamente a agonia da dor física, psicológica e espiritual. É impossível dimensionar o que o Salvador enfrentou por amor a nós (Isaías 53.4-5). Mesmo diante de tanta dor, Ele declarou o seu perdão às pessoas que participaram de sua morte (Lucas 23.24). O real significado da crucificação do Senhor Jesus. “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.” – Isaías 53.11.

Jesus obedeceu claramente à vontade de Deus (João 6.38; Hebreus 10.7, 9), Ele não morreu como mártir ou herói, mas como o Salvador da humanidade. Não entregou apenas o corpo, mas também a sua própria alma em favor dos pecadores.
Momentos que antecederam a crucificação de Jesus. “E, saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram. E quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação. Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua. E, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo de tristeza. E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não entreis em tentação.” – Lucas 22.39, 40, 42, 45-46.
 
Lucas registra a agonia de Jesus no Monte das Oliveiras, relato que é bem curto, condensa a história resumindo que era costume dEle pernoitar ali orando e nos dá uma amostra das orações de Jesus.
A iniciativa de opor-se a Jesus é tomada pelos principais sacerdotes e os escribas. Em todos os Evangelhos, os fariseus era oponentes principais de Jesus e no decurso de todo o seu ministério, mas o partido sumo-sacerdotal assumiu a liderança nisto no fim. Eram eles que detinham o poder político. Judas, por ambição, negociou com os judeus a traição do Filho de Deus, apontando-o aos algozes com a saudação do beijo na face. Lucas 22.2-6, 47.
O porquê da crucificação de Jesus na esfera religiosa. “Depois os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho, e diziam: Que faremos? porquanto este homem faz muitos sinais. Se o deixamos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação” – João 11.47, 48. A crucificação de Jesus ocorreu por medo dos líderes religiosos, que estavam mais ansiosos quanto a si mesmos  do que genuinamente preocupados com o povo. Eles temiam que Jesus incitasse uma rebelião que resultaria em severas represálias dos romanos. Os romanos com certeza destruiriam o templo – “e tirar-nos-ão o nosso lugar” – e aniquilariam a nação, deportando o povo. Se isso acontecesse, os líderes religiosos perderiam o poder e o prestígio.
O motivo da crucificação de Jesus na esfera política. “Então Pilatos saiu fora e disse-lhes: Que acusação trazeis contra este homem? Responderam, e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos. Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma. (Para que se cumprisse a palavra que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer)” – João 18:29-32. Esse é o cerne da mensagem divina, é: Jesus entregou-se em sacrifício como oferta pelos pecados de toda a humanidade. O pecado tem a força de um assassino e sua demanda não pode ser aplacada por nenhum esforço humano. Não existe redenção sem a punição do pecado cometido (Romanos 3.25; 1 João 2.2; 4.10).
Se aos judeus tivesse sido permitido efetuar a pena de morte, Jesus teria sido apedrejado. As execuções segundo a lei judaica era por apedrejamento; os romanos usavam a crucificação.
Jesus deveria ser crucificado:
a. Para que fosse, literalmente, levantado (João 3.14);
b. Para que nenhum osso de seu corpo fosse quebrado (Salmo 34.20; João 19.36);
c. Para colocar a responsabilidade de sua morte tanto sobre judeus quando gentios (Atos 4.27).
A associação dos poderes político e religioso estruturado contra Cristo e o Evangelho, é enfrentado nos dias atuais pela Igreja do Senhor em diversos países, inclusive no Brasil.
O método terrível de execução para os condenados à morte. “Falou, pois, outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus. Mas eles clamavam em contrário, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o. Então ele, pela terceira vez, lhes disse: Mas que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte. Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei. Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos, e os dos principais dos sacerdotes, prevaleciam.” – Lucas 23:20-23.
Em todos os Evangelhos, a exigência da crucificação de Jesus aparece somente depois de Pilatos ter o propósito de soltá-lo como o prisioneiro favorecido na festa da Páscoa. Por mais de três vezes Pilatos protestou a inocência do Filho de Deus, não cessou imediatamente suas tentativas de libertá-lo, mas a multidão rejeitou sua abordagem todas as vezes e exigiu uma crucificação. A turba insistente gritou e deu a impressão de que um motim começava a formar-se. Deve ter sido óbvio para Pilatos que a situação estava se tornando cada vez pior, então, os gritos ganharam a contenda. Conclusão
A cruz nos tirou de Adão e nos colocou em Cristo. Isto faz toda a diferença. Em Adão éramos condenados (Romanos 5.16-21); desobedientes (Romanos 5.19); dominados pelo pecado (Romanos 5,21). Todavia, em Cristo nós somos justificados (Romanos 5.16); obedientes (Romanos 5.19), dominados pela graça (Romanos 5.20), dominados pela vida (Romanos 5.21). Portanto, em Cristo nós fomos escolhidos antes da fundação do mundo para sermos santos (Efésios 1.4); abençoados com toda a sorte de bênçãos espirituais (Efésios 1.3-13); fomos feitos herança (Efésios 1.11); selados com o Espírito Santo (Efésios 1.13).
Publicado no blog Belverede

quinta-feira, 18 de junho de 2015

JUDAS, POR AMBIÇÃO, NEGOCIOU COM OS JUDEUS A TRAIÇÃO DO FILHO DE DEUS

Texto base Mt. 27.1-10, Lc. 22.2-6

- Na manhã de sexta-feira os sacerdotes e os líderes do povo se reuniram como sinédrio. A maioria deles tomou a decisão de condenar Jesus à morte. V.1,   Lucas 23. 50 – 51.

- Após ser humilhado moral e fisicamente, o Senhor Jesus teve as mãos amarradas e foi entregue pelo sinédrio ao poder político romano. v. 2.

- Após a condenação de Jesus à morte, Judas Iscariotes entra em desespero e dominado por um forte sentimento de culpa busca reparar o seu erro. Procura devolver aos líderes religiosos as trinta moedas de prata. A devolução não é aceita. v. 3.

- Judas Iscariotes confessa à liderança religiosa que traiu um inocente. É, porém, ignorado em sua atitude e responsabilizado pelo que fez como se os líderes judeus não fossem seus parceiros. O seu orgulho o impediu de confessar o pecado a Jesus que por certo o perdoaria, evitando um mal maior. v. 4.  

- Com o propósito de se livrar das moedas cujo peso era infinitamente menor que o seu pecado, Judas Iscariotes tenta dar um fim menos indigno a elas. Vai ao templo e ali atira as trinta moedas de prata. A seguir decidiu punir a si cometendo suicídio. v. 5.

- Sacerdotes, hipocritamente, se recusam a depositar no gazofilácio as trinta moedas de prata pelas quais lhes foi entregue Jesus. v. 6.

- Sacerdotes decidem usar as trinta moedas de prata para comprar uma área de terra que serviria como cemitério para estrangeiros. v. 7.   

- O campo do oleiro passa a chamar-se campo de Sangue porque foi adquirido com o preço de sangue inocente. v. 8.

- Sacerdotes inconscientemente cumprem as Escrituras. v. 9 – 10; Zacarias 11. 12 – 13. 

VISÃO GERAL Judas Iscariotes, apóstolo de Jesus Cristo, viveu a experiência trágica daqueles que ao abandonarem a Deus se deixam seduzir e são usados por Satanás.

É hábito do inimigo de Deus fazer uso da fragilidade de caráter de sua possível vítima ou instrumento em suas ações.

Jesus nos alerta a manter em alta a vigilância e a comunhão com Deus para que o nosso caráter seja fortalecido. Essa determinação nos protege contra as ciladas do inimigo. Ele é perito na sedução e uma vez tendo êxito nessa fase, inclui sua vítima ou instrumento em seu projeto satânico. Livre para agir elabora as estratégias, se provê dos recursos, aproxima aqueles que o executarão, coopera com eles no andamento do projeto até o desfecho. Assim que chega o momento de assumir as consequências trágicas do projeto satânico, o inimigo se afasta e deixa suas vítimas ou instrumentos sem qualquer apoio a fim de que sofram e colham os frutos de sua insensatez. Ri-se delas e as responsabiliza por sua falta de bom senso em ouvi-lo e segui-lo. Do Diabo jamais espere coisas boas. Ele é fiel ao seu caráter. É de sua natureza roubar, matar e destruir. Jesus Cristo nos deu esse alerta.  João 10. 10a.

O Filho de Deus, sim, veio para dar vida abundante no presente e no porvir. Essa vida é o resultado do acolhimento de Jesus Cristo como Senhor e Salvador pessoal, único, suficiente e eterno.  A lei da semeadura e colheita está em vigor. João 10.10b; Gálatas 6. 7 - 8.



FOCALIZANDO A VISÃO Dentre os muitos seguidores de Jesus, Judas Iscariotes foi chamado para fazer parte do grupo dos doze apóstolos. Ao chamá-lo, o Mestre já sabia do desfecho trágico que teria a vida desse homem, mas deu-lhe todas as oportunidades para que se tornasse uma pessoa de bem. Se Jesus antecipasse a Judas Iscariotes o seu futuro, com certeza, receberia desse discípulo séria advertência e seria acusado de pré-julgamento. Citamos como exemplo o caso do apóstolo Pedro. As palavras de Jesus prevaleceram sobre as palavras de Pedro. Mateus 26. 31 – 35.

No presente eterno de Deus todas as coisas estão patentes aos Seus olhos, mas ao homem cabe fazer as descobertas na história para sua alegria ou decepção. A história é feita das escolhas humanas antecipadamente conhecidas por Deus. Ele nos orienta através das Escrituras e dos Seus servos, mas não toma a decisão por nós. Salmo 101. 7; 139. 16; Provérbios 15. 3; Hebreus 4. 13.

Dias após a multiplicação de pães o Senhor Jesus se apresentou à multidão como o Pão da Vida, o verdadeiro Pão (alimento) que desceu do céu, Alimentar-se Dele significa apropriar-se do seu caráter humano, viver como Ele viveu, tornar-se um espírito com Ele e por fim receber através Dele a vida que provém de Deus. João 3. 16; 5. 24; 6. 31 – 65; 1 Coríntios 6. 17; 1 Pedro 2. 21; 1 João 2. 6.

A liderança religiosa judaica repudiou as declarações do Senhor Jesus e alguns dos Seus seguidores ficaram envergonhados e incomodados com o que ouviram porque deram às palavras um sentido literal. Jesus, porém, afirmou nesse discurso que Suas palavras são espírito e vida, ou seja, têm um sentido espiritual. João 6. 63. A dificuldade em entender o significado espiritual das palavras de Jesus fez com que alguns discípulos decidissem não mais acompanhá-Lo. Assim que estes saíram, Jesus se dirigiu aos doze apóstolos e os desafiou a abandoná-Lo se assim desejassem. Jesus Cristo não sacrificaria o anúncio do Evangelho para atender a interesses particulares ou a dogmas religiosos. O apóstolo Pedro prontamente declarou: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”. Jesus respondeu a Pedro: “Não fui eu que os escolhi, os Doze? Todavia, um de vocês é um diabo”. João 6. 68 – 70. (NVI). Essa afirmação de Jesus é a prova de que Ele estava acompanhando as atitudes de Judas Iscariotes ao longo do Seu ministério e sabia das vezes em que esse discípulo havia dado lugar ao Diabo em sua vida. A paciência divina se manifestou várias vezes na vida de Judas Iscariotes dando-lhe as oportunidades para que se arrependesse e seguisse pelo caminho da retidão. A prática habitual do pecado gerou nele a iniqüidade que o insensibilizou para ouvir e obedecer aos ensinos de Jesus. Essa conduta determinada agravou sua situação perante Deus que não deixa impune quem desafia Sua autoridade e preceitos. Chegaria o tempo quando colheria os frutos de sua semeadura.  É impossível desvincular a semeadura da colheita. Gálatas 6. 7 – 8.

O que Judas Iscariotes tentou habilidosamente ocultar durante o ministério do Senhor Jesus foi revelado claramente na última semana ministerial. Nele se cumpriram as palavras de Jesus. Leia Lucas 12. 2 – 3. 

Na casa de Simão, o ex-leproso, seis dias antes da Páscoa, Judas Iscariotes manifestou seu ódio, ambição e inveja. A homenagem que Maria, a irmã de Lázaro e Marta, prestou ao seu Mestre recebeu duras críticas desse apóstolo. Ele se sentiu incomodado com à demonstração pública de amor por parte daquela que ofereceu a Jesus o que de mais precioso estava em seu poder. O amor de Maria contrastou com o desamor de Judas Iscariotes por Jesus. Ele considerou desnecessária tal homenagem. João 12. 1.  

Durante o Seu ministério o Senhor Jesus amou Seus discípulos até o fim, mas não houve por parte deles a mutualidade de amor vista em Maria. Afinal, o Mestre era tão humano quanto eles!     

Repetimos: as Escrituras não criam vítimas ou algozes, mas revelam antecipadamente o seu surgimento na história como resultado de suas escolhas.

Jesus Cristo decidiu fazer a Vontade do Pai. Por amor àqueles que Nele crêem como Senhor e Salvador morreu substitutivamente por eles. Ao vencer a morte pela ressurreição garantiu aos salvos a mesma vitória sobre a morte e a vida eterna com Deus.

Judas Iscariotes, em todo o tempo, contou com o investimento pessoal de Jesus em sua vida, No entanto, O desprezou. Repetiu  o que haviam feito Adão e Eva que preferiram ouvir o até então desconhecido Diabo ao invés de ouvirem a Deus, a quem conheciam por Sua voz e bondade. A exemplo do primeiro casal o fim de Judas Iscariotes não poderia ser melhor do que teve. Esse apóstolo ouviu e viu o que seus companheiros de ministério viram e ouviram. Infelizmente não permitiu que o seu caráter fosse transformado pelo anúncio e ensino do Evangelho. Seguiu a Jesus com a motivação errada.   

Há muito tempo levava uma vida ministerial dupla, isto é, hipócrita. O apóstolo João declara que Judas Iscariotes era ladrão. Tirava da bolsa comum as ofertas recebidas cujo destino era a provisão de recursos para o ministério ou ajuda aos necessitados. O cargo que exercia como tesoureiro no colégio apóstólico foi a oportunidade que o Senhor lhe havia dado para corrigir a sua ambição por bens materiais. Era necessário que aprendesse as lições de fidelidade e submissão ao Mestre. Sem oportunidade não há aprendizagem.

Jesus procurou manter com Judas Iscariotes uma relação de confiança, mas infelizmente ele não honrou esse relacionamento.   

A resistência do apóstolo em seguir verdadeiramente a Jesus deu início à sua queda.

Toda decadência tem como ponto de partida o afastamento de Deus e a desobediência às Escrituras. Uma vez iniciado esse caminho, o temor, a reverência e o respeito a Deus entram em queda. E quem não ouve a Deus e nem O respeita, transfere esse comportamento a si e àqueles que o cercam. A ruína só pode ser detida por Deus quando o “quedante”, isto é, o que cai, se arrepende dos seus pecados, pede perdão, repõe os ganhos indevidos e retorna à sua caminhada com Deus. Zaqueu será sempre citado como exemplo de homem que trocou a insensatez pelo bom senso porque acolheu Jesus como Senhor e Salvador. 

Na celebração da ceia da Antiga Aliança, no cenáculo, por ocasião da Páscoa e um dia antes da crucificação de Jesus, Judas Iscariotes estava presente, menos na condição de apóstolo e mais como espião da liderança religiosa judaica. Nesse jantar a hipocrisia de Judas Iscariotes chegou ao ponto culminante. Ele dividia o mesmo prato com Jesus. Antes da instituição da Ceia da Nova Aliança, o Senhor Jesus disse que um dos presentes o trairia. Na medida em que os apóstolos perguntavam a Jesus quem seria o traidor, não foi nem preciso que Judas Iscariotes fosse descoberto. Ele se denunciou. A partir daquele momento não havia ambiente para que ali permanecesse. Deixou o local e se dirigiu à liderança religiosa judaica. Relatou aos religiosos o que viu e ouviu no período em que permaneceu no jantar com Jesus e os apóstolos. A seguir participou da mobilização para prender Jesus no Jardim das Oliveiras. Ao chegar ao local naquela noite, facilitou a identificação de Jesus, beijando-o. Acompanhou o grupo de homens até à casa de Caifás. Cumpriu o que havia combinado e recebeu como recompensa as trinta moedas de prata. Ao ver a tortura moral e física sofrida por Jesus na casa do sumo sacerdote Caifás e tomar conhecimento da condenação de Jesus à morte pelo sinédrio e o seu encaminhamento a Pilatos para ser crucificado, Judas Iscariotes caiu em si e viu que havia sido demasiadamente desamoroso e injusto com Jesus. Começou a avaliar sua conduta nos três anos de ministério com Jesus e os acontecimentos recentes. O sentimento de culpa se misturou a sua aflição e o desespero tomou conta de suas emoções. Tentou reverter uma situação que já estava definida e fora do seu controle. Foi ao templo e disse aos religiosos que havia traído sangue inocente e estava devolvendo as trinta moedas. O peso das moedas era infinitamente menor que os seus pecados e ele não os podia suportá-los. Sua ausência de humildade o impediu de procurar o Senhor Jesus e  buscar o perdão que por certo lhe seria concedido. Os líderes religiosos que haviam se servido de Judas Iscariotes lhe disseram: “Que nos importa? A responsabilidade é sua”.  Essa é a palavra que o Diabo tem para quem cede a sua sedução e se rebela contra Deus e Sua Palavra.

Sem qualquer apoio e entregue a si mesmo, Judas Iscariotes deixou o templo e as moedas que se espalharam pelo local e foi se enforcar. Ao cometer suicídio afrontou mais uma vez a Deus, o Doador da vida e o único que a pode retirá-la de Suas criaturas no tempo que determinar. Judas Iscariotes cumpriu inconscientemente o que as Escrituras já haviam falado sobre ele. Salmo 41. 9; 55. 12 – 14.

Os líderes religiosos judaicos juntaram as trinta moedas de prata que foram espalhadas no templo, preço que pagaram a fim de que Judas fosse o mediador na prisão de Jesus. Procuraram aplicá-las em algo que fosse útil. Compraram uma área de terra e a destinaram ao sepultamento de estrangeiros. Esse local se chamou campo de Sangue.

A queda de Judas Iscariotes antecipou a queda do sistema religioso judaico na forma existente na época. No ano 70 d.C. os romanos foram implacáveis na destruição de Jerusalém, do templo e na dispersão do povo judeu pelo mundo. Deus é amorosamente justo e judicialmente amoroso. Israel tem experimentado ao longo de sua história essa ação divina. Há salvação para todos que crêem em Jesus Cristo como Senhor e Salvador, sejam judeus ou não judeus.


Dc. Rinaldo Santana 

terça-feira, 16 de junho de 2015

MOMENTOS QUE ANTECEDERAM A CRUCIFICAÇÃO DE JESUS



Para termos um entendimento melhor da morte voluntária de Jesus e do silêncio de Seu Pai em resposta à Sua oração, devemos primeiro olhar mais de perto aquela fatídica noite no Jardim Getsêmani: "Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar; e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres" (Mateus 26.36-39). Do ponto de vista humano, esse é um dos mais trágicos eventos do Novo Testamento. Lemos uma descrição detalhada do comportamento do Senhor antes de Sua prisão, que resultou em Sua condenação e posterior execução na cruz do Calvário.

No jardim do Getsêmani, afastando-Se dos discípulos e ficando apenas com Pedro e os dois filhos de Zebedeu a Seu lado foi orar. Quando Ele ficou sozinho, mais tarde, "adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando..." (Mt 26.39). Qual foi a Sua oração? "..Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres" (v. 39). Jesus não recebeu resposta. O Pai ficou em silêncio. Jesus voltou até onde estavam os Seus discípulos: "...E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca"(vv. 40-41). Nesta hora extremamente crítica da Sua vida terrena, o Filho do homem precisou como todo ser humano precisa da simpatia dos outros, ainda que de uns poucos, pois nenhuma vida que seja verdadeiramente humana pode ser completamente independente. Quando Jesus se reúne a seus discípulos os acha dormindo, expressa dolorosa surpresa de que estes três vigorosos pescadores, que tinham passado muitas noites em claro trabalhando sozinhos no Mar da Galiléia, estejam assim tão sem forças que não possam ficar acordados com Ele sequer por uma hora [1]. Algo muito natural tinha acabado de acontecer: a carne dos discípulos não estava disposta e nem era capaz de resistir aos ataques de Satanás.

Não sabemos quanto tempo o Senhor orou, mas deve ter sido durante pelo menos uma hora, se nos basearmos na afirmação: "Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?" Apesar da promessa determinada de Pedro de morrer com o Senhor, ele já havia se afastado da batalha que acontecia no Getsêmani.

"Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade" (v. 42). Novamente não houve uma resposta do Pai, apenas silêncio. Jesus deu aos discípulos outra chance: "... voltando, achou-os outra vez dormindo; porque os seus olhos estavam pesados" (v. 43). Desta vez o Senhor não os acordou nem deu outra instrução. Ao invés disso, lemos que Ele: "... Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras" (v. 44).

"E, estando em agonia, orava mais intensamente." Ao lermos o relato no evangelho de Marcos notamos que o evento é descrito de uma forma um pouco diferente. Entretanto, Lucas revela que após Jesus ter orado, "...lhe apareceu um anjo do céu que o confortava" (Lucas 22.43). Não nos é revelado como ele O "confortava", mas no versículo seguinte lemos que Suas orações tornaram-se ainda mais desesperadas: "E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra" (v. 44). A palavra agonia é achada somente aqui no Novo Testamento [2].

Quando analisamos esse fato de uma perspectiva humana, ele parece-nos ilógico, porque o versículo anterior diz que Jesus acabara de ser consolado por um anjo do céu, continuando a batalhar em oração a tal ponto que "gotas de sangue" caíram sobre a terra. Foi o consolo do anjo uma resposta à Sua oração ou esse consolo era necessário para que Ele continuasse orando? Creio que a segunda opção é a correta, como veremos ao examinarmos mais detalhadamente essa situação.

Normalmente se interpreta que Jesus, como Filho do Homem, em carne e osso, tinha medo da morte como qualquer outro ser humano, mas mais do que a morte física, porém a morte espiritual que Ele estava por enfrentar. Assim sendo, não seria surpresa que Jesus orasse que "este cálice", representando a morte na cruz, fosse passado d’Ele. Entretanto, tal interpretação não corresponde a versículos como os do Salmo 40.7-8: "Então, eu disse: eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito; agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei". Jesus se agradava em fazer a perfeita vontade de Deus, a qual foi estabelecida antes da fundação do mundo.

Para estar certo de que Davi não estava falando de si mesmo nesta passagem, encontramos a confirmação em Hebreus 10.7, 9, 10: "Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade... então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo. Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas". Se olharmos a oração de Jesus no Jardim do Getsêmani como um sinal de fraqueza, apesar dEle ter sido consolado por um anjo, tal comportamento iria contradizer a passagem profética que acabamos de ler.

Consideremos o texto de Isaías 53.3,5 e 7: "Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso... Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados... Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca".

Como um cordeiro, Jesus foi levado para o matadouro; Ele permaneceu em silêncio como uma ovelha. Essas passagens das Escrituras nos dão razões para crer que algo mais tenha acontecido no Jardim do Getsêmani quando Jesus orou para que "este cálice" pudesse ser passado dEle. Essa seria uma oração desnecessária, uma exibição de fraqueza e indecisão, mas tal quadro não corresponde à descrição completa do Messias.

Enquanto aparentemente o Pai ficou em silêncio diante da tríplice oração de Jesus, as Escrituras documentam que Sua oração, na verdade, foi respondida. Hebreus 5.5 fala de Cristo como o sacerdote da ordem de Melquisedeque: "assim, também Cristo a si mesmo não se glorificou para se tornar sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei".

O versículo 7 contém a resposta a essa oração: "Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade". O Getsêmani foi o único local onde Jesus pediu que Sua vida fosse poupada; Jesus não morreu no Jardim Getsêmani.

O silêncio aparente de Deus diante da oração de Jesus no Jardim foi, como vimos, uma clara resposta a essa oração. Desse ponto de vista, entendemos que a oração de Jesus não foi para que Sua vida fosse poupada na cruz do Calvário. A oração de Jesus foi ter sua vida poupada para que não morresse ali no Jardim do Getsêmani. Ele estava destinado a morrer na cruz do Calvário para tirar os pecados do mundo.

O que aconteceu no Jardim do Getsêmani? Pelo que já vimos, é claro que os poderes das trevas e mesmo a morte estavam prontos a tirar a vida de Jesus ali mesmo naquela hora. Em Mateus 26.38 lemos: "Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo". Marcos 14.34 revela: "...E lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte..." Segundo Tasker Jesus estava com o coração ao ponto de romper-se [3].

Mesmo que Jesus não tenha morrido fisicamente no Jardim do Getsêmani, Ele foi certamente obediente até à morte; Ele experimentou a morte dupla de um pecador condenado! Ele foi "obediente até à morte e morte de cruz" (Filipenses 2.8).

De Sua agonia de pavor, enquanto contemplava as implicações da sua morte, Jesus emergiu com confiança serena e resoluta. Assim, quando Pedro sacou da espada numa tentativa frenética de impedir a prisão, Jesus pôde dizer: “Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18.11). Visto que João não registrou as orações agonizantes de Jesus pedindo a remoção do cálice, esta referencia a Ele é ainda mais importante. Jesus sabe que o que o cálice não lhe será tirado. O Pai lho deu. Ele o beberá [4].

Notas
1 – Tasker, R. V. G. Mateus, Introdução e Comentário. Ed. Mundo Cristão e Vida Nova, São Paulo, SP, 1985: p. 198.
2 – Morris, L. Leon. Lucas, Introdução e Comentário. . Ed. Mundo Cristão e Vida Nova, São Paulo, SP, 1986: p. 292.
3 – Tasker, R. V. G. Mateus, Introdução e Comentário. Ed. Mundo Cristão e Vida Nova, São Paulo, SP, 1985: p. 200.
4 – Stott, John R. W. A Cruz de Cristo. Ed. Vida, São Paulo, SP, 9ª impressão 2002: p. 67.

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Direto do blog do querido Pr Silas Figueira, Ministério Beréia


segunda-feira, 15 de junho de 2015

A ULTIMA CEIA



INTRODUÇÃO: A Ceia do Senhor Jesus, esta é a lembrança contínua da Sua entrega por nós. A morte de Jesus significa a completa demonstração do interesse divino em ter novamente comunhão conosco. A Ceia do Senhor aponta para o passado 1Co 11:17 – 34, Paulo repreendeu os Coríntios por sua pratica na observação da Ceia do Senhor o comportamento era exatamente o oposto do Espírito de altruísmo que ele estava tentando comunicar. Era um contraste visível ao ato do nosso Senhor em sua morte sacrificial que era lembrada na Ceia do Senhor. O  seu sacrifício vicário em nosso favor, que  também aponta para o futuro 1Co11:26 e ali vemos o Céu, a festa das Bodas do Cordeiro Ap 19:9, quando Ele vai nos receber como Anfitrião para o grande banquete celestial. Jesus Cristo será o centro do banquete que Deus Pai vai oferecer Ap 2:7.
I. ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ÚLTIMA CEIA
A Páscoa era uma festa fundamental para o povo de Deus. Por isso, Lucas 22:7 destaca: ”Chegou o dia da Festa dos Pães Asmos, em que importava comemorar a Páscoa”. Essa festa era obrigatória e marcava a memória com a lembrança da libertação da escravidão no Egito para uma vida nova e livre Ex 12.
1. A instituição da páscoa judaica.  A festa da pascoa era uma das celebrações que ocorria na primavera Êx 12:17-24. A Páscoa instituída por Yahweh no Egito foi acompanhada por leis que regiam a sua observância.
A palavra Páscoa é derivada do verbo hebraico Pesah, que significa “passar por cima”. Esse nome surgiu em face do registro bíblico de que o anjo da morte, ou anjo destruidor, passou por sobre as casas marcadas com o sangue do cordeiro pascal, quando ele matou os primogênitos do Egito - “E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito” Êx 12:23. O cordeiro foi imolado e seu sangue aspergido no batente das portas. De igual modo, Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Isto tem a ver com nossa redenção.
O nome hebraico do mês que aconteceu a primeira Páscoa é Abibe, que significa “espigas verdes”, que corresponde a março-abril em nosso calendário. Durante o Exílio babilônico foi substituído pelo nome Nisã que significa “começo, abertura” Ne 2:1.
2. Contexto histórico da Páscoa. Quando os sofrimentos dos filhos de Israel estavam sendo insuportáveis, então clamaram ao Seu Deus, e os seus clamores subiram aos céus por causa de sua servidão Êx 2:23. Deus interveio em favor de Seu povo, chamando Moisés, que após 40 anos de preparo no deserto apascentando ovelhas, foi enviado diante de Faraó para que começasse a libertação do Seu povo do Egito. Em obediência ao chamado de Deus, Moisés compareceu perante Faraó e lhe transmitiu a ordem divina: “Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto” Êx 5:1. Para conscientizar Faraó da seriedade dessa mensagem da parte de Deus, Moisés, mediante o poder de Deus, invocou pragas como julgamento contra o Egito. No decorrer de várias dessas pragas, Faraó concordava em deixar o povo ir, mas a seguir, voltava atrás, uma vez a praga suspendida. Soou a hora da décima e derradeira praga, aquela que não deixava aos egípcios nenhuma alternativa senão a de libertar os israelitas. “Deus disse a Moisés: “À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; e todo o primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que se assenta com ele sobre o seu trono, até ao primogênito da serva que está detrás da mó, e todo primogênito dos animais”. “E haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve semelhante e nunca haverá” Êx 11:4-6.
Visto que os israelitas também habitavam no Egito, como podiam escapar do anjo destruidor? O Senhor Deus emitiu uma ordem específica ao Seu povo; a obediência a esta ordem traria a proteção divina a cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tinha que tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificá-lo ao entardecer do dia 14 de Abibe; famílias menores podiam repartir um único cordeiro entre si Êx 12:3-6. O sangue do cordeiro sacrificado devia ser aspergido nas duas ombreiras e na verga da porta de suas casas. Quando o Anjo passasse, passaria por cima daquelas casas que tivessem o sangue aspergido conforme ordenado (daí o termo Páscoa, do hebraico pesah, que significa “pular além da marca”, “passar por cima”, dando a ideia de poupar, de proteger Êx 12:13. Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação à morte executada contra os primogênitos egípcios.
3. O ritual da páscoa judaica. A pascoa Judaica obedecia a um ritual detalhado em Dt. 16.1-4, Êx 12:3. Não podia ser um animal de qualquer idade. Cada família devia escolher um cordeiro ou cabrito sem defeito, sem mácula, com a idade de “um ano” Êx 12:5. O cordeiro era levado para dentro de casa no dia 10 de Abibe, e mantido ali até o dia 14 do mesmo mês. Período durante o qual era observado pela família que iria sacrificá-lo. Caso não possuísse algum defeito, o animal era então sacrificado Êx 12:3,6. O cordeiro (ou cabrito) após ser imolado, o seu sangue era aspergido com um molho de hissopo nas ombreiras (partes verticais da porta) e na verga da porta (parte horizontal sobre as ombreiras) da casa em que comeriam o cordeiro Êx 12:7,22. O sangue nas ombreiras e na verga da porta era o sinal que identificava a casa dos hebreus dos egípcios. O Senhor Deus havia falado a Moisés, seu servo em Êxodo 12:12,13: “E eu passarei pela terra do Egito esta noite e ferirei todo primogênito na terra do Egito, desde os homens até os animais; e sobre todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou Deus. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito”.
Deus ordenou o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do “Cordeiro de Deus”, que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo João 1:29.
A morte dos primogênitos era um desafio consumado em juízo sobre os falsos deuses egípcios. Porque quase todos os deuses do Egito eram semelhantes a algum animal, com feições humanas. Logo, a morte do primogênito de cada tipo de animal mostraria a falibilidade e a impotência das divindades pagãs que haveriam de protegê-los.
O cordeiro (ou cabrito) era abatido, esfolado (isto é, tirava-se a pele), suas partes internas eram tiradas e assim eram limpas e depois recolocadas no lugar, daí então o cordeiro era assado inteiro, com a cabeça, as pernas e a fressura Êx 12:9. O animal tinha que estar bem assado, nada cru, e sem que lhe quebrasse nenhum osso Êx 12:46; Nm 9:12. Após a carne ser assada no fogo, era comida pela família com pães asmos e ervas amargas (alfaces bravas, etc. - Êx 12:8). Cada um dos componentes desta celebração tinha um sentido literal e espiritual, que Deus tinha em mente transmitir não somente aos filhos de Israel, como a seus descendentes Êx 12:24-27. Se a família fosse pequena demais para comer o cordeiro, chamavam-se os seus vizinhos mais próximos até que houvesse número suficiente para comer o cordeiro todo naquela noite Êx 12:4,8. Quaisquer sobras de carne deviam ser queimadas antes do amanhecer Êx 12:10. De acordo com a tradição judaica, família pequena significava aquela com menos de dez pessoas. Eles deviam calcular quanto cada um poderia comer e assim determinar se deviam se reunir com alguma outra família Êx 12:4. Depois da construção do Templo, Deus ordenou que a celebração da Páscoa e o sacrifício do cordeiro fossem realizados em Jerusalém Dt 16:1-6.
Na Páscoa realizada no Egito, a cabeça da família foi o responsável para abater o cordeiro (ou cabrito) em cada casa, e todos deviam permanecer dentro da casa até o amanhecer para que não fossem mortos pelo anjo da punição e da destruição Êx 12:22,23. Os participantes comeram em pé, e com os lombos cingidos (vestidos), com o cajado na mão, com as sandálias nos pés, e que comessem apressadamente para que estivessem prontos para uma longa jornada. À meia-noite (como Deus havia dito a Moisés), todos os primogênitos dos egípcios foram mortos, mas o anjo passou por alto as casas em que o sangue havia sido aspergido Êx 12:11,23. Toda família egípcia em que havia um varão primogênito foi atingida, desde a casa do próprio Faraó até os primogênitos dos prisioneiros, e assim, o Senhor Deus executou o seu juízo sobre os egípcios.

Deus tirou os israelitas do Egito, não porque eles eram um povo merecedor, mas porque Ele os amou e porque Ele era fiel ao seu concerto Dt 7:7-10. Semelhantemente, a salvação que recebemos de Cristo nos vem através da maravilhosa graça de Deus Ef 2:8-10; Tt 3:4,5.
II. A CELEBRAÇÃO DA ÚLTIMA CEIA
1. A preparação Lc 22:7-13. Os preparativos se dá da seguinte maneira: Jesus encaminha os seus discípulos a um homem com um cântaro de agua. Anthony Lee observa que um homem com um cântaro de agua seria facilmente notado, pois esse era trabalho de mulher, porque tinham por objetivo marcar profundamente o dia em que foi celebrada a grande Páscoa para toda a humanidade, por toda a história. É a chamada Páscoa eficaz. Desse dia em diante todo regime de escravidão do pecado estaria derrotado. Trata-se, portanto, de caminhar para uma nova vida presenteada por Deus.
Segundo Leon L. Morris, a páscoa não era apenas mais uma refeição, mas, sim, uma festa muitíssimo importante. Devia ser comida em posição reclinada, e havia exigências tais como a inclusão de ervas amargas na refeição. Destarte, uma quantidade considerável de preparação era necessária. A refeição não era solitária, mas, sim, era comida em grupos que usualmente consistiam de dez a vinte pessoas.
Jesus encarregou Pedro e João de fazer os preparativos necessários para o pequeno grupo (somente Lucas dá os nomes deles aqui). Não é contrário à razão terem perguntado onde seria - “E eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos?”  Lc 22:9. Eram galileus, e precisariam de orientação quanto ao lugar aonde seria preparada a Páscoa. E nessa agitação efervescente por causa da festa havia poucos lugares livres, a despeito da tradicional disposição dos jerusalemitas de tornar disponíveis acomodações sem nada cobrarem.
E Jesus disse a Pedro e João que eles deveriam procurar um homem com um cântaro de água – “Eis que, quando entrardes na cidade, encontrareis um homem levando um cântaro de água; segui-o até à casa em que ele entrar” (Lc 22:10). Encontrar um homem levando um cântaro seria um fato distintivo, pois somente as mulheres usualmente carregavam cântaros de água (os homens carregavam odres de água). Os discípulos haveriam de dizer certas palavras ao dono da casa: “O mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? Então, ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado; aí fazei os preparativos” Lc 22:11,12. “Grande cenáculo” significava um espaçoso ambiente mobiliado, provavelmente havia sofás prontos com cobertas estendidas sobre eles. “Os hospedeiros costumavam oferecer suas casas durante a festa, em troca das peles de animais e utensílios usados para a refeição. O preparo da Páscoa incluiria a busca de fermento na casa e o preparo dos vários elementos da refeição”. Eles seguiram as instruções e prepararam a refeição de Páscoa.
2. A celebração e a substituição. Jesus possuía consciência de que a sua morte na cruz se aproximava e que ele era o cordeiro de Deus do qual o cordeiro da pascoa era apenas um tipo Jo. 1.29 Lucas 22:19-23 quis mostrar que a Ceia cristã substituiu a Páscoa judaica, assumindo o significado que a Páscoa possuía e levando esse significado ao máximo. Dessa forma, a Ceia do Senhor assumiu um significado universal, e a libertação que ela proporciona não é só a de Israel das mãos opressoras do Egito, mas a libertação total e para todos os povos. É importante conhecermos os detalhes de como Jesus modificou a Páscoa judaica transformando-a num memorial:
a) A Páscoa judaica celebrava o fato de Deus ter libertado o seu povo do cativeiro egípcio; a Ceia do Senhor celebra o fato de Deus nos ter libertado da escravidão do pecado.
b) O cordeiro sacrifical da Páscoa judaica aplacou o anjo da morte; o Pão da Ceia significa o corpo de Cristo, partido na condenação do nosso pecado.
c) O vinho da Páscoa judaica simbolizava o sangue do cordeiro nas portas; o vinho da Ceia do Senhor simboliza o sangue de Cristo dado por nós. A sua morte é que nos compra a vida eterna.
d) A Páscoa judaica representava a antiga aliança de Deus com o seu povo; a Ceia do Senhor nos lembra da sua Nova Aliança.
Através de todos esses detalhes, reconhecemos o valor que devemos dar à Ceia do Senhor. O cordeiro pascal foi substituído na Ceia cristã pelo pão, e o sangue do cordeiro pelo vinho, símbolo do sangue de Jesus. Então, podemos definir qual é o significado da Ceia do Senhor: ela simboliza o supremo dom do amor de Deus em Jesus, que entregou seu próprio corpo e derramou seu sangue em nosso lugar para nos perdoar os pecados.
Mas é válido lembrar que o traidor também estava participando dessa celebração: ”todavia, a mão do traidor está comigo à mesa” Lc 22:21. Quem era ele? Jesus sabia, mas não contou. Lucas 22:23 diz que a ansiedade tomou conta de todos os que participavam daquele momento. “Serei eu? Será você? Quem vai trair Jesus e o evangelho?”, indagaram os discípulos entre si. Que nós não traiamos Jesus de maneira nenhuma, mas nos disponhamos, se preciso for, até a morrer anunciando a nova vida que Ele dá.

III. OS ELEMENTOS DA ÚLTIMA CEIA
São elementos da Santa Ceia: o pão e o vinho, por representarem, respectivamente, o corpo e o sangue de Cristo, oferecidos em resgate da humanidade (1Co 11:24,25). É a explicita, profunda e confortadora simbologia das Sagradas Escrituras.
1. O Pão. Jesus na noite em que fora traído tomou o pão e tendo dado graças, o partiu e disse: “... Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim” Lc 22:19. Jesus manda os discípulos pegar o pão e comer, pois o pão estava representando o seu corpo que fora entregue por todos nós. Jesus aponta o objetivo pela qual deveriam pegar e comer do pão: manter viva a memória do seu nome.
Quando Jesus disse que aquele pão era o seu corpo oferecido por nós, não estava falando literalmente, porque ainda estava vivo e o seu corpo não tinha sido partido por nós na cruz. Estando vivo, não podia pegar com suas mãos parte do seu corpo em forma de pão para oferecer aos seus apóstolos dizendo: “isto é o meu corpo que é oferecido por vós; fazei isto em memória de mim” Lc 22:19. Jesus, então, usou uma linguagem simbólica, como fez em outras ocasiões: “Eu sou a porta”, “Eu sou o caminho”, “Eu sou a videira” João 10:7-9;14:6; 15:1 e assim por diante. Representa, então, a sua encarnação, que ele tomou um corpo humano e deixou sua glória Jo. 1:14; nasceu de uma virgem e viveu entre os pecadores em perfeição de conduta. Era Ele o Homem Perfeito, idôneo para servir de sacrifício pelos nossos pecados Hb 7:26; 2Co 5:21. Ele partiu o pão da Ceia significando que ia se sacrificar em resgate da humanidade caída e escravizada pelo Diabo.
2. O Vinho. Identificado na Bíblia como "fruto da vide" e "cálice do Senhor" Lc 22:18;1Co 11:27, o vinho na Ceia simboliza o sangue de Cristo vertido na cruz para redimir a todos as pessoas que o aceitarem com Senhor e Salvador, e ratificar a “Nova Aliança” ou “Novo Testamento” Lc 22:20. O apóstolo Pedro assim escreveu: "Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado" 1Pe 1:18,19.
Os escritores dos três primeiros Evangelhos empregam a expressão “fruto da vide” Mt 26:29; Mc 14:25; Lc 22:18. O vinho não fermentado é o único “fruto da vide” verdadeiramente natural, contendo aproximadamente 20% de açúcar e nenhum álcool. A fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz. O vinho fermentado não é produzido pela videira.
A lei da Páscoa em Êx 12:14-20 proibia, durante a semana daquele evento, a presença de fermento ou qualquer agente fermentador. Deus dera essa lei porque a fermentação simbolizava a corrupção e o pecado cf. Mt 16:6,12; 1Co 5:7,8. Jesus, o Filho de Deus, cumpriu a lei em todas as suas exigências Mt 5:17. Logo, teria cumprido a lei de Deus para a Páscoa, e não teria usado vinho fermentado.
Por isso, lemos que Jesus tomou o cálice depois de haver ceado. Ao fazê-lo, declarou que o cálice era a Nova Aliança no seu sangue. Trata-se de uma referência à aliança que Deus prometeu à nação de Israel em Jr. 31:31-34. É uma promessa incondicional segundo a qual Deus concordou em usar de misericórdia para com eles e não se lembrar de seus pecados e iniquidades. Os termos da Nova Aliança também são descritos em Hb. 8:10-12. Todos os que creem no Senhor Jesus recebem os benefícios prometidos. Quando o povo de Israel se voltar para o Senhor, também desfrutará as bênçãos da Nova Aliança, um acontecimento que ocorrerá no reino milenar de Cristo na terra.
Do mesmo modo que o pão, quando fez referência ao cálice da Nova Aliança Lc 22:20 no seu sangue, que foi derramado por nós, também falou de maneira simbólica. Portanto, não ocorreu e, ainda hoje quando participamos da Ceia do Senhor, não ocorre a transubstanciação, isto é, a transformação das substâncias que compõem o pão e o vinho em verdadeira carne e sangue de Jesus. Não! Quem acredita que essa transformação ocorre entende o texto de forma equivocada. Devemos crer, com toda a reverência e ação de graças, mas, simbolicamente, em memória de Jesus Cristo 1Co 11:24,25
CONCLUSÃO: A Ceia do Senhor foi instituída por ocasião da última Páscoa que Jesus participou com os apóstolos, na noite em que foi traído e preso Lc 22:14,15,18. Trata-se não apenas de uma recordação, mas, sobretudo, de um testemunho, pois anunciamos a sua morte “... anunciais a morte do Senhor...”  e a sua volta (“... até que venha”). Sua morte nos reconciliou com Deus, e a sua volta nos coroará de glória, por meio da nossa redenção 1Co 11:26;Rm 5:10;Ef 4:30.
A CEIA DO SENHOR É O SÍMBOLO DA VERDADEIRA COMUNHÃO:
  • A ceia do Senhor é símbolo de união do corpo de Cristo que é a igreja ICo. 11.20-34 - sua importância se relaciona com o passado, o presente e o futuro. Quando o apostolo Paulo fala da ceia do Senhor em ICo. 11, ele está apenas corrigindo os excessos cometidos. Entendemos que os crentes se reuniam numa grande festa e ali comemoravam a ceia do Senhor. Paulo nos dá a entender que havia muita participação dos crentes quando estes se reuniam

1- VISÃO RETROSPECTIVA SUA IMPORTÂNCIA NO PASSADO
a) E um memorial “Gr. Anamnesis” “lembrar a morte da morte de Cristo no Calvário, para redimir os crentes do pecado e da condenação”. O Calvário deve ser permanentemente o tema de nossa vida, onde o Senhor com o seu precioso sangue pagou o resgate de nossas almas.
b) É um ato de ações de graças gr. Eucaristia - Agradecer pelas bênçãos e salvação da parte de Deus. Provenientes da do sacrifício de Jesus na cruz do por nós.

2- VISÃO INTROSPECTIVA SUA IMPORTÂNCIA NO PRESENTE
a) Esta é a visão interior, pessoal, uma espécie de sondagem para saber como está a nossa vida diante do Senhor a quem celebramos quando participamos do pão e do vinho. Que valor temos dado ao seu sacrifício? Em que posição nos encontramos concernente à nossa comunhão com o Salvador? Este é um dos propósitos da ceia do senhor. Ela nos estimula a uma reflexão interior sobre os nossos passos na vida cristã. A ceia do Senhor é um ato de comunhão Gr. Kononia com Cristo e de participação nos benefícios da sua morte sacrifical e ao mesmo tempo, comunhão com os demais membros do corpo de Cristo;
b) É o reconhecimento e a proclamação da nova aliança mediante a qual os crentes reafirmam o senhorio de Cristo e nosso compromisso de fazer a sua vontade, de permanecer leal, de resistir o pecado e de identificar-nos com a missão de Cristo.

3- VISÃO EXPECTATIVA SUA IMPORTÂNCIA NO FUTURO.
a) A ceia do Senhor é um antegozo do reino futuro de Deus e do banquete messiânico futuro, quando então, todos os crentes estarão presentes com o Senhor Mt. 8.11.
b) Antevê a volta iminente de Cristo para buscar o seu povo e encena a oração venha o teu reino Mt. 6.10.
c) Todas as vezes que dela participamos a nossa mente se volta para aquele glorioso dia quando nos assentaremos com o Senhor nas bodas do cordeiro ITs.5.23

BIBLIOGRAFIA

SBB – Bíblia de estudo Almeida
VIDA – Biblia de estudo thompson
VIDA NOVA – Biblia de estudo esperança
EDITORA BETANIA – Igreja lugar de vida
EDITORA BETANIA – Adoração como Jesus ensinou
ULTIMATO – Revista, Janeiro-fevereiro 2006.
CPAD – O Cristão na Cultura de hoje
CPAD – As verdades centrais da fé Cristã
CPAD – Wycliffe
CPAD – Biblia de Estudo Pentecostal
CPAD – Teologia Sistemática
IMPRENSA BATISTA REGULAR – Teologia Elementar
ATOS – Comentário Judaico do Novo Testamento
CENTRAL GOSPEL – A Essência do Novo Testamento


 Dc. Rinaldo Santana