sábado, 20 de junho de 2015

O FILHO PRODIGO



Introdução: A parábola do filho prodigo que deixa seu pai amoroso com sua fortuna esbanja – a e então retorna para casa em arrependimento. Nesta parábola extraímos lições maravilhosas para nossas vidas. Aprendemos que uma vida de egoísmo separa o ser humano de Deus e leva-o a decadência. O filho prodigo é o retrato de quem se desvia de Deus em busca dos prazeres mundanos desperdiçando todos os dotes físicos, intelectuais e espirituais que Deus lhe concedera. A desilusão e a tristeza invadem a sua vida, e os resultados são degradantes vivendo uma vida de escravidão e total separação de Deus.
1) 5 Qualidades negativas do filho pródigo
1ª- Ambicioso V.12 - Exigiu a herança com o pai vivo
2ª- Vagabundo v. 13 - a juntou tudo e foi para uma terra distante
3ª- Ingrato v 13- gastou tudo que recebeu
4ª- Necessitado V 14 - passou necessidade
5ª- Faminto v 17- Morro de fome
2) Essas qualidades negativas resultou – o em um jovem que perdeu todo apoio
·         Espiritual “Longe do Pai”
·         Moral “Viveu dissolutamente”
·         Social “Entre os porcos” 
3) 5 Passos que ele deu para voltar
1º - Caiu em si e reconheceu o seu erro V. 18
2º- Humilhou-se  V. 19
3º- Levantou-se   V. 20
4º- Confessou o seu erro v. 21
5º- Pediu perdão ao pai e declarou - se indigno V 21
4) características do pai
·         Era um homem prudente v. 12b
·         Era longânimo v. 20
·         Era cheio de esperança v. 20
·         Era um homem de compaixão v. 20
·         Era amoroso v. 20
·         Era um homem perdoador vv. 22-24 
5) 6- Atos do seu pai
1º- Se compadeceu
2º- Aceitou
3º- Perdoou
4º- lhe deu a melhor Veste
5º- Pôs um anel no seu dedo
6º- Fez uma festa
6) 5- Qualidades do irmão do filho prodigo
1º- Orgulhoso
2º- Egoísta
3º- Invejoso
4º- Arrogante
5º- Enciumado
7) O irmão do filho representava três tipos de pessoas .
1.    Aquele que é filho, mas não irmão. Apesar de se comportar bem como filho, mas não reconhecia a responsabilidade de ser irmão Ex. “o pai diz teu irmão v.27”, ele diz “Teu filho 30” e não meu irmão.
2.    Aquele que serve, mas sem comunhão. Apesar de servir, mas nunca se comunicou com o pai fazendo referencia ao seu irmão, 29, é o tipo dos crentes que nunca falam ao pai celestial acerca do filho prodigo. Não falam ao pai porque parece nem notam o lugar desocupado na mesa do Senhor.
3.    Aquele que é herdeiro, mas não se alegra. Apesar de ser herdeiro era um dos homens mais tristes do mundo v.29. A solução é aprendermos a nos alegrar na casa de Deus. Há muitos crentes que dizem: “Nunca me alegro. Dediquei todo o meu ser e tudo que possuo, ao Senhor. Sirvo incansavelmente, mas não sinto gozo”.  
Conclusão: Que Deus nos abençoe e nos dê força para resistirmos o egoísmo que muitas vezes que invadir as nossas vidas tirando a sensibilidade e nos tornando insensível a voz do Espirito Santo, mas que venhamos dia a dia estarmos firmes e atentos aos dons que Deus tem dispensado para os seus. 
FONTES DE PESQUISAS:
COMENTÁRIO JUDAICO DO NOVO TESTAMENTO
ESPADA CORTANTE  2
MENSAGENS QUE EDIFICAM
DICIONARIO BIBLICO WYCLIFFE
BÍBLIA DO OBREIRO 
Dc. Rinaldo Santana

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A MORTE DE JESUS

A morte de Jesus na cruz não foi um acidente. Deus já havia planejado desde o Éden. O Mestre sabia que para esse fim veio ao mundo. Por isso, quando foi levado preso, não resistiu. Jesus sofreu na cruz, como um homem e como Deus, sentiu profundamente a agonia da dor física, psicológica e espiritual. É impossível dimensionar o que o Salvador enfrentou por amor a nós (Isaías 53.4-5). Mesmo diante de tanta dor, Ele declarou o seu perdão às pessoas que participaram de sua morte (Lucas 23.24). O real significado da crucificação do Senhor Jesus. “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.” – Isaías 53.11.

Jesus obedeceu claramente à vontade de Deus (João 6.38; Hebreus 10.7, 9), Ele não morreu como mártir ou herói, mas como o Salvador da humanidade. Não entregou apenas o corpo, mas também a sua própria alma em favor dos pecadores.
Momentos que antecederam a crucificação de Jesus. “E, saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram. E quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação. Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua. E, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo de tristeza. E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não entreis em tentação.” – Lucas 22.39, 40, 42, 45-46.
 
Lucas registra a agonia de Jesus no Monte das Oliveiras, relato que é bem curto, condensa a história resumindo que era costume dEle pernoitar ali orando e nos dá uma amostra das orações de Jesus.
A iniciativa de opor-se a Jesus é tomada pelos principais sacerdotes e os escribas. Em todos os Evangelhos, os fariseus era oponentes principais de Jesus e no decurso de todo o seu ministério, mas o partido sumo-sacerdotal assumiu a liderança nisto no fim. Eram eles que detinham o poder político. Judas, por ambição, negociou com os judeus a traição do Filho de Deus, apontando-o aos algozes com a saudação do beijo na face. Lucas 22.2-6, 47.
O porquê da crucificação de Jesus na esfera religiosa. “Depois os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho, e diziam: Que faremos? porquanto este homem faz muitos sinais. Se o deixamos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação” – João 11.47, 48. A crucificação de Jesus ocorreu por medo dos líderes religiosos, que estavam mais ansiosos quanto a si mesmos  do que genuinamente preocupados com o povo. Eles temiam que Jesus incitasse uma rebelião que resultaria em severas represálias dos romanos. Os romanos com certeza destruiriam o templo – “e tirar-nos-ão o nosso lugar” – e aniquilariam a nação, deportando o povo. Se isso acontecesse, os líderes religiosos perderiam o poder e o prestígio.
O motivo da crucificação de Jesus na esfera política. “Então Pilatos saiu fora e disse-lhes: Que acusação trazeis contra este homem? Responderam, e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos. Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma. (Para que se cumprisse a palavra que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer)” – João 18:29-32. Esse é o cerne da mensagem divina, é: Jesus entregou-se em sacrifício como oferta pelos pecados de toda a humanidade. O pecado tem a força de um assassino e sua demanda não pode ser aplacada por nenhum esforço humano. Não existe redenção sem a punição do pecado cometido (Romanos 3.25; 1 João 2.2; 4.10).
Se aos judeus tivesse sido permitido efetuar a pena de morte, Jesus teria sido apedrejado. As execuções segundo a lei judaica era por apedrejamento; os romanos usavam a crucificação.
Jesus deveria ser crucificado:
a. Para que fosse, literalmente, levantado (João 3.14);
b. Para que nenhum osso de seu corpo fosse quebrado (Salmo 34.20; João 19.36);
c. Para colocar a responsabilidade de sua morte tanto sobre judeus quando gentios (Atos 4.27).
A associação dos poderes político e religioso estruturado contra Cristo e o Evangelho, é enfrentado nos dias atuais pela Igreja do Senhor em diversos países, inclusive no Brasil.
O método terrível de execução para os condenados à morte. “Falou, pois, outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus. Mas eles clamavam em contrário, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o. Então ele, pela terceira vez, lhes disse: Mas que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte. Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei. Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos, e os dos principais dos sacerdotes, prevaleciam.” – Lucas 23:20-23.
Em todos os Evangelhos, a exigência da crucificação de Jesus aparece somente depois de Pilatos ter o propósito de soltá-lo como o prisioneiro favorecido na festa da Páscoa. Por mais de três vezes Pilatos protestou a inocência do Filho de Deus, não cessou imediatamente suas tentativas de libertá-lo, mas a multidão rejeitou sua abordagem todas as vezes e exigiu uma crucificação. A turba insistente gritou e deu a impressão de que um motim começava a formar-se. Deve ter sido óbvio para Pilatos que a situação estava se tornando cada vez pior, então, os gritos ganharam a contenda. Conclusão
A cruz nos tirou de Adão e nos colocou em Cristo. Isto faz toda a diferença. Em Adão éramos condenados (Romanos 5.16-21); desobedientes (Romanos 5.19); dominados pelo pecado (Romanos 5,21). Todavia, em Cristo nós somos justificados (Romanos 5.16); obedientes (Romanos 5.19), dominados pela graça (Romanos 5.20), dominados pela vida (Romanos 5.21). Portanto, em Cristo nós fomos escolhidos antes da fundação do mundo para sermos santos (Efésios 1.4); abençoados com toda a sorte de bênçãos espirituais (Efésios 1.3-13); fomos feitos herança (Efésios 1.11); selados com o Espírito Santo (Efésios 1.13).
Publicado no blog Belverede

quinta-feira, 18 de junho de 2015

JUDAS, POR AMBIÇÃO, NEGOCIOU COM OS JUDEUS A TRAIÇÃO DO FILHO DE DEUS

Texto base Mt. 27.1-10, Lc. 22.2-6

- Na manhã de sexta-feira os sacerdotes e os líderes do povo se reuniram como sinédrio. A maioria deles tomou a decisão de condenar Jesus à morte. V.1,   Lucas 23. 50 – 51.

- Após ser humilhado moral e fisicamente, o Senhor Jesus teve as mãos amarradas e foi entregue pelo sinédrio ao poder político romano. v. 2.

- Após a condenação de Jesus à morte, Judas Iscariotes entra em desespero e dominado por um forte sentimento de culpa busca reparar o seu erro. Procura devolver aos líderes religiosos as trinta moedas de prata. A devolução não é aceita. v. 3.

- Judas Iscariotes confessa à liderança religiosa que traiu um inocente. É, porém, ignorado em sua atitude e responsabilizado pelo que fez como se os líderes judeus não fossem seus parceiros. O seu orgulho o impediu de confessar o pecado a Jesus que por certo o perdoaria, evitando um mal maior. v. 4.  

- Com o propósito de se livrar das moedas cujo peso era infinitamente menor que o seu pecado, Judas Iscariotes tenta dar um fim menos indigno a elas. Vai ao templo e ali atira as trinta moedas de prata. A seguir decidiu punir a si cometendo suicídio. v. 5.

- Sacerdotes, hipocritamente, se recusam a depositar no gazofilácio as trinta moedas de prata pelas quais lhes foi entregue Jesus. v. 6.

- Sacerdotes decidem usar as trinta moedas de prata para comprar uma área de terra que serviria como cemitério para estrangeiros. v. 7.   

- O campo do oleiro passa a chamar-se campo de Sangue porque foi adquirido com o preço de sangue inocente. v. 8.

- Sacerdotes inconscientemente cumprem as Escrituras. v. 9 – 10; Zacarias 11. 12 – 13. 

VISÃO GERAL Judas Iscariotes, apóstolo de Jesus Cristo, viveu a experiência trágica daqueles que ao abandonarem a Deus se deixam seduzir e são usados por Satanás.

É hábito do inimigo de Deus fazer uso da fragilidade de caráter de sua possível vítima ou instrumento em suas ações.

Jesus nos alerta a manter em alta a vigilância e a comunhão com Deus para que o nosso caráter seja fortalecido. Essa determinação nos protege contra as ciladas do inimigo. Ele é perito na sedução e uma vez tendo êxito nessa fase, inclui sua vítima ou instrumento em seu projeto satânico. Livre para agir elabora as estratégias, se provê dos recursos, aproxima aqueles que o executarão, coopera com eles no andamento do projeto até o desfecho. Assim que chega o momento de assumir as consequências trágicas do projeto satânico, o inimigo se afasta e deixa suas vítimas ou instrumentos sem qualquer apoio a fim de que sofram e colham os frutos de sua insensatez. Ri-se delas e as responsabiliza por sua falta de bom senso em ouvi-lo e segui-lo. Do Diabo jamais espere coisas boas. Ele é fiel ao seu caráter. É de sua natureza roubar, matar e destruir. Jesus Cristo nos deu esse alerta.  João 10. 10a.

O Filho de Deus, sim, veio para dar vida abundante no presente e no porvir. Essa vida é o resultado do acolhimento de Jesus Cristo como Senhor e Salvador pessoal, único, suficiente e eterno.  A lei da semeadura e colheita está em vigor. João 10.10b; Gálatas 6. 7 - 8.



FOCALIZANDO A VISÃO Dentre os muitos seguidores de Jesus, Judas Iscariotes foi chamado para fazer parte do grupo dos doze apóstolos. Ao chamá-lo, o Mestre já sabia do desfecho trágico que teria a vida desse homem, mas deu-lhe todas as oportunidades para que se tornasse uma pessoa de bem. Se Jesus antecipasse a Judas Iscariotes o seu futuro, com certeza, receberia desse discípulo séria advertência e seria acusado de pré-julgamento. Citamos como exemplo o caso do apóstolo Pedro. As palavras de Jesus prevaleceram sobre as palavras de Pedro. Mateus 26. 31 – 35.

No presente eterno de Deus todas as coisas estão patentes aos Seus olhos, mas ao homem cabe fazer as descobertas na história para sua alegria ou decepção. A história é feita das escolhas humanas antecipadamente conhecidas por Deus. Ele nos orienta através das Escrituras e dos Seus servos, mas não toma a decisão por nós. Salmo 101. 7; 139. 16; Provérbios 15. 3; Hebreus 4. 13.

Dias após a multiplicação de pães o Senhor Jesus se apresentou à multidão como o Pão da Vida, o verdadeiro Pão (alimento) que desceu do céu, Alimentar-se Dele significa apropriar-se do seu caráter humano, viver como Ele viveu, tornar-se um espírito com Ele e por fim receber através Dele a vida que provém de Deus. João 3. 16; 5. 24; 6. 31 – 65; 1 Coríntios 6. 17; 1 Pedro 2. 21; 1 João 2. 6.

A liderança religiosa judaica repudiou as declarações do Senhor Jesus e alguns dos Seus seguidores ficaram envergonhados e incomodados com o que ouviram porque deram às palavras um sentido literal. Jesus, porém, afirmou nesse discurso que Suas palavras são espírito e vida, ou seja, têm um sentido espiritual. João 6. 63. A dificuldade em entender o significado espiritual das palavras de Jesus fez com que alguns discípulos decidissem não mais acompanhá-Lo. Assim que estes saíram, Jesus se dirigiu aos doze apóstolos e os desafiou a abandoná-Lo se assim desejassem. Jesus Cristo não sacrificaria o anúncio do Evangelho para atender a interesses particulares ou a dogmas religiosos. O apóstolo Pedro prontamente declarou: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”. Jesus respondeu a Pedro: “Não fui eu que os escolhi, os Doze? Todavia, um de vocês é um diabo”. João 6. 68 – 70. (NVI). Essa afirmação de Jesus é a prova de que Ele estava acompanhando as atitudes de Judas Iscariotes ao longo do Seu ministério e sabia das vezes em que esse discípulo havia dado lugar ao Diabo em sua vida. A paciência divina se manifestou várias vezes na vida de Judas Iscariotes dando-lhe as oportunidades para que se arrependesse e seguisse pelo caminho da retidão. A prática habitual do pecado gerou nele a iniqüidade que o insensibilizou para ouvir e obedecer aos ensinos de Jesus. Essa conduta determinada agravou sua situação perante Deus que não deixa impune quem desafia Sua autoridade e preceitos. Chegaria o tempo quando colheria os frutos de sua semeadura.  É impossível desvincular a semeadura da colheita. Gálatas 6. 7 – 8.

O que Judas Iscariotes tentou habilidosamente ocultar durante o ministério do Senhor Jesus foi revelado claramente na última semana ministerial. Nele se cumpriram as palavras de Jesus. Leia Lucas 12. 2 – 3. 

Na casa de Simão, o ex-leproso, seis dias antes da Páscoa, Judas Iscariotes manifestou seu ódio, ambição e inveja. A homenagem que Maria, a irmã de Lázaro e Marta, prestou ao seu Mestre recebeu duras críticas desse apóstolo. Ele se sentiu incomodado com à demonstração pública de amor por parte daquela que ofereceu a Jesus o que de mais precioso estava em seu poder. O amor de Maria contrastou com o desamor de Judas Iscariotes por Jesus. Ele considerou desnecessária tal homenagem. João 12. 1.  

Durante o Seu ministério o Senhor Jesus amou Seus discípulos até o fim, mas não houve por parte deles a mutualidade de amor vista em Maria. Afinal, o Mestre era tão humano quanto eles!     

Repetimos: as Escrituras não criam vítimas ou algozes, mas revelam antecipadamente o seu surgimento na história como resultado de suas escolhas.

Jesus Cristo decidiu fazer a Vontade do Pai. Por amor àqueles que Nele crêem como Senhor e Salvador morreu substitutivamente por eles. Ao vencer a morte pela ressurreição garantiu aos salvos a mesma vitória sobre a morte e a vida eterna com Deus.

Judas Iscariotes, em todo o tempo, contou com o investimento pessoal de Jesus em sua vida, No entanto, O desprezou. Repetiu  o que haviam feito Adão e Eva que preferiram ouvir o até então desconhecido Diabo ao invés de ouvirem a Deus, a quem conheciam por Sua voz e bondade. A exemplo do primeiro casal o fim de Judas Iscariotes não poderia ser melhor do que teve. Esse apóstolo ouviu e viu o que seus companheiros de ministério viram e ouviram. Infelizmente não permitiu que o seu caráter fosse transformado pelo anúncio e ensino do Evangelho. Seguiu a Jesus com a motivação errada.   

Há muito tempo levava uma vida ministerial dupla, isto é, hipócrita. O apóstolo João declara que Judas Iscariotes era ladrão. Tirava da bolsa comum as ofertas recebidas cujo destino era a provisão de recursos para o ministério ou ajuda aos necessitados. O cargo que exercia como tesoureiro no colégio apóstólico foi a oportunidade que o Senhor lhe havia dado para corrigir a sua ambição por bens materiais. Era necessário que aprendesse as lições de fidelidade e submissão ao Mestre. Sem oportunidade não há aprendizagem.

Jesus procurou manter com Judas Iscariotes uma relação de confiança, mas infelizmente ele não honrou esse relacionamento.   

A resistência do apóstolo em seguir verdadeiramente a Jesus deu início à sua queda.

Toda decadência tem como ponto de partida o afastamento de Deus e a desobediência às Escrituras. Uma vez iniciado esse caminho, o temor, a reverência e o respeito a Deus entram em queda. E quem não ouve a Deus e nem O respeita, transfere esse comportamento a si e àqueles que o cercam. A ruína só pode ser detida por Deus quando o “quedante”, isto é, o que cai, se arrepende dos seus pecados, pede perdão, repõe os ganhos indevidos e retorna à sua caminhada com Deus. Zaqueu será sempre citado como exemplo de homem que trocou a insensatez pelo bom senso porque acolheu Jesus como Senhor e Salvador. 

Na celebração da ceia da Antiga Aliança, no cenáculo, por ocasião da Páscoa e um dia antes da crucificação de Jesus, Judas Iscariotes estava presente, menos na condição de apóstolo e mais como espião da liderança religiosa judaica. Nesse jantar a hipocrisia de Judas Iscariotes chegou ao ponto culminante. Ele dividia o mesmo prato com Jesus. Antes da instituição da Ceia da Nova Aliança, o Senhor Jesus disse que um dos presentes o trairia. Na medida em que os apóstolos perguntavam a Jesus quem seria o traidor, não foi nem preciso que Judas Iscariotes fosse descoberto. Ele se denunciou. A partir daquele momento não havia ambiente para que ali permanecesse. Deixou o local e se dirigiu à liderança religiosa judaica. Relatou aos religiosos o que viu e ouviu no período em que permaneceu no jantar com Jesus e os apóstolos. A seguir participou da mobilização para prender Jesus no Jardim das Oliveiras. Ao chegar ao local naquela noite, facilitou a identificação de Jesus, beijando-o. Acompanhou o grupo de homens até à casa de Caifás. Cumpriu o que havia combinado e recebeu como recompensa as trinta moedas de prata. Ao ver a tortura moral e física sofrida por Jesus na casa do sumo sacerdote Caifás e tomar conhecimento da condenação de Jesus à morte pelo sinédrio e o seu encaminhamento a Pilatos para ser crucificado, Judas Iscariotes caiu em si e viu que havia sido demasiadamente desamoroso e injusto com Jesus. Começou a avaliar sua conduta nos três anos de ministério com Jesus e os acontecimentos recentes. O sentimento de culpa se misturou a sua aflição e o desespero tomou conta de suas emoções. Tentou reverter uma situação que já estava definida e fora do seu controle. Foi ao templo e disse aos religiosos que havia traído sangue inocente e estava devolvendo as trinta moedas. O peso das moedas era infinitamente menor que os seus pecados e ele não os podia suportá-los. Sua ausência de humildade o impediu de procurar o Senhor Jesus e  buscar o perdão que por certo lhe seria concedido. Os líderes religiosos que haviam se servido de Judas Iscariotes lhe disseram: “Que nos importa? A responsabilidade é sua”.  Essa é a palavra que o Diabo tem para quem cede a sua sedução e se rebela contra Deus e Sua Palavra.

Sem qualquer apoio e entregue a si mesmo, Judas Iscariotes deixou o templo e as moedas que se espalharam pelo local e foi se enforcar. Ao cometer suicídio afrontou mais uma vez a Deus, o Doador da vida e o único que a pode retirá-la de Suas criaturas no tempo que determinar. Judas Iscariotes cumpriu inconscientemente o que as Escrituras já haviam falado sobre ele. Salmo 41. 9; 55. 12 – 14.

Os líderes religiosos judaicos juntaram as trinta moedas de prata que foram espalhadas no templo, preço que pagaram a fim de que Judas fosse o mediador na prisão de Jesus. Procuraram aplicá-las em algo que fosse útil. Compraram uma área de terra e a destinaram ao sepultamento de estrangeiros. Esse local se chamou campo de Sangue.

A queda de Judas Iscariotes antecipou a queda do sistema religioso judaico na forma existente na época. No ano 70 d.C. os romanos foram implacáveis na destruição de Jerusalém, do templo e na dispersão do povo judeu pelo mundo. Deus é amorosamente justo e judicialmente amoroso. Israel tem experimentado ao longo de sua história essa ação divina. Há salvação para todos que crêem em Jesus Cristo como Senhor e Salvador, sejam judeus ou não judeus.


Dc. Rinaldo Santana 

terça-feira, 16 de junho de 2015

MOMENTOS QUE ANTECEDERAM A CRUCIFICAÇÃO DE JESUS



Para termos um entendimento melhor da morte voluntária de Jesus e do silêncio de Seu Pai em resposta à Sua oração, devemos primeiro olhar mais de perto aquela fatídica noite no Jardim Getsêmani: "Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar; e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres" (Mateus 26.36-39). Do ponto de vista humano, esse é um dos mais trágicos eventos do Novo Testamento. Lemos uma descrição detalhada do comportamento do Senhor antes de Sua prisão, que resultou em Sua condenação e posterior execução na cruz do Calvário.

No jardim do Getsêmani, afastando-Se dos discípulos e ficando apenas com Pedro e os dois filhos de Zebedeu a Seu lado foi orar. Quando Ele ficou sozinho, mais tarde, "adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando..." (Mt 26.39). Qual foi a Sua oração? "..Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres" (v. 39). Jesus não recebeu resposta. O Pai ficou em silêncio. Jesus voltou até onde estavam os Seus discípulos: "...E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca"(vv. 40-41). Nesta hora extremamente crítica da Sua vida terrena, o Filho do homem precisou como todo ser humano precisa da simpatia dos outros, ainda que de uns poucos, pois nenhuma vida que seja verdadeiramente humana pode ser completamente independente. Quando Jesus se reúne a seus discípulos os acha dormindo, expressa dolorosa surpresa de que estes três vigorosos pescadores, que tinham passado muitas noites em claro trabalhando sozinhos no Mar da Galiléia, estejam assim tão sem forças que não possam ficar acordados com Ele sequer por uma hora [1]. Algo muito natural tinha acabado de acontecer: a carne dos discípulos não estava disposta e nem era capaz de resistir aos ataques de Satanás.

Não sabemos quanto tempo o Senhor orou, mas deve ter sido durante pelo menos uma hora, se nos basearmos na afirmação: "Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?" Apesar da promessa determinada de Pedro de morrer com o Senhor, ele já havia se afastado da batalha que acontecia no Getsêmani.

"Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade" (v. 42). Novamente não houve uma resposta do Pai, apenas silêncio. Jesus deu aos discípulos outra chance: "... voltando, achou-os outra vez dormindo; porque os seus olhos estavam pesados" (v. 43). Desta vez o Senhor não os acordou nem deu outra instrução. Ao invés disso, lemos que Ele: "... Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras" (v. 44).

"E, estando em agonia, orava mais intensamente." Ao lermos o relato no evangelho de Marcos notamos que o evento é descrito de uma forma um pouco diferente. Entretanto, Lucas revela que após Jesus ter orado, "...lhe apareceu um anjo do céu que o confortava" (Lucas 22.43). Não nos é revelado como ele O "confortava", mas no versículo seguinte lemos que Suas orações tornaram-se ainda mais desesperadas: "E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra" (v. 44). A palavra agonia é achada somente aqui no Novo Testamento [2].

Quando analisamos esse fato de uma perspectiva humana, ele parece-nos ilógico, porque o versículo anterior diz que Jesus acabara de ser consolado por um anjo do céu, continuando a batalhar em oração a tal ponto que "gotas de sangue" caíram sobre a terra. Foi o consolo do anjo uma resposta à Sua oração ou esse consolo era necessário para que Ele continuasse orando? Creio que a segunda opção é a correta, como veremos ao examinarmos mais detalhadamente essa situação.

Normalmente se interpreta que Jesus, como Filho do Homem, em carne e osso, tinha medo da morte como qualquer outro ser humano, mas mais do que a morte física, porém a morte espiritual que Ele estava por enfrentar. Assim sendo, não seria surpresa que Jesus orasse que "este cálice", representando a morte na cruz, fosse passado d’Ele. Entretanto, tal interpretação não corresponde a versículos como os do Salmo 40.7-8: "Então, eu disse: eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito; agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei". Jesus se agradava em fazer a perfeita vontade de Deus, a qual foi estabelecida antes da fundação do mundo.

Para estar certo de que Davi não estava falando de si mesmo nesta passagem, encontramos a confirmação em Hebreus 10.7, 9, 10: "Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade... então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo. Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas". Se olharmos a oração de Jesus no Jardim do Getsêmani como um sinal de fraqueza, apesar dEle ter sido consolado por um anjo, tal comportamento iria contradizer a passagem profética que acabamos de ler.

Consideremos o texto de Isaías 53.3,5 e 7: "Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso... Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados... Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca".

Como um cordeiro, Jesus foi levado para o matadouro; Ele permaneceu em silêncio como uma ovelha. Essas passagens das Escrituras nos dão razões para crer que algo mais tenha acontecido no Jardim do Getsêmani quando Jesus orou para que "este cálice" pudesse ser passado dEle. Essa seria uma oração desnecessária, uma exibição de fraqueza e indecisão, mas tal quadro não corresponde à descrição completa do Messias.

Enquanto aparentemente o Pai ficou em silêncio diante da tríplice oração de Jesus, as Escrituras documentam que Sua oração, na verdade, foi respondida. Hebreus 5.5 fala de Cristo como o sacerdote da ordem de Melquisedeque: "assim, também Cristo a si mesmo não se glorificou para se tornar sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei".

O versículo 7 contém a resposta a essa oração: "Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade". O Getsêmani foi o único local onde Jesus pediu que Sua vida fosse poupada; Jesus não morreu no Jardim Getsêmani.

O silêncio aparente de Deus diante da oração de Jesus no Jardim foi, como vimos, uma clara resposta a essa oração. Desse ponto de vista, entendemos que a oração de Jesus não foi para que Sua vida fosse poupada na cruz do Calvário. A oração de Jesus foi ter sua vida poupada para que não morresse ali no Jardim do Getsêmani. Ele estava destinado a morrer na cruz do Calvário para tirar os pecados do mundo.

O que aconteceu no Jardim do Getsêmani? Pelo que já vimos, é claro que os poderes das trevas e mesmo a morte estavam prontos a tirar a vida de Jesus ali mesmo naquela hora. Em Mateus 26.38 lemos: "Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo". Marcos 14.34 revela: "...E lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte..." Segundo Tasker Jesus estava com o coração ao ponto de romper-se [3].

Mesmo que Jesus não tenha morrido fisicamente no Jardim do Getsêmani, Ele foi certamente obediente até à morte; Ele experimentou a morte dupla de um pecador condenado! Ele foi "obediente até à morte e morte de cruz" (Filipenses 2.8).

De Sua agonia de pavor, enquanto contemplava as implicações da sua morte, Jesus emergiu com confiança serena e resoluta. Assim, quando Pedro sacou da espada numa tentativa frenética de impedir a prisão, Jesus pôde dizer: “Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18.11). Visto que João não registrou as orações agonizantes de Jesus pedindo a remoção do cálice, esta referencia a Ele é ainda mais importante. Jesus sabe que o que o cálice não lhe será tirado. O Pai lho deu. Ele o beberá [4].

Notas
1 – Tasker, R. V. G. Mateus, Introdução e Comentário. Ed. Mundo Cristão e Vida Nova, São Paulo, SP, 1985: p. 198.
2 – Morris, L. Leon. Lucas, Introdução e Comentário. . Ed. Mundo Cristão e Vida Nova, São Paulo, SP, 1986: p. 292.
3 – Tasker, R. V. G. Mateus, Introdução e Comentário. Ed. Mundo Cristão e Vida Nova, São Paulo, SP, 1985: p. 200.
4 – Stott, John R. W. A Cruz de Cristo. Ed. Vida, São Paulo, SP, 9ª impressão 2002: p. 67.

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