“Irmãos
peço – vos, pela autoridade do nosso Senhor Jesus Cristo, que vocês estejam de acordo no que dizem e que não haja divisões entre vocês.
Sejam completamente unidos num
só pensamento e numa só intenção. Pois, meus
irmãos, algumas pessoas da família de Cloé me contaram que há brigas
entre vocês. O que eu quero dizer é isto: cada um de vocês diz uma coisa diferente. Um diz: ‘Eu sou de Paulo’;
outro, ‘Eu sou de Apolo’; outro, ‘Eu sou de Pedro’; e ainda
outro, ‘Eu sou de Cristo’. Por acaso Cristo foi dividido em várias
partes? Será que Paulo morreu crucificado em favor de vocês?
Ou será que vocês foram batizados em nome de Paulo?”. ICo.1.10-13
Introdução: A
igreja de Corinto estava dividida em partidos – schismas em grego (cujo sentido primordial é rasgão, como
de um tecido). Apelando à origem da palavra, a igreja de Corinto,
como algumas contemporâneas se encontravam retalhadas por divisões, contendas e
partidarismos. Em Ef. 4.3-4, Paulo admoesta aos irmãos daqueles tempos, e o
mesmo Espírito fala hoje às igrejas a fim de que sejamos um no Senhor. Na
verdade, é esse mesmo Espírito que trabalha em nós a espiritualidade, para que
sejamos um no Senhor Jo. 17. 21-23. Vejamos
cinco atitudes de quem causa desunião na igreja:
1)
Ela sempre procura se fechar em
seu grupinho chamado panelinha. As panelinhas não abrem espaço aos novos
convertidos, o que me faz remeter ao autor Norbert Elias, em seu livro "Os
estabelecidos e os Outsiders" que mostra claramente essa problemática, em
seu livro uma comunidade de estabelecidos (moradores há gerações na localidade)
estigmatizam um grupo de Outsiders (recentes moradores). Elias concentra
esforços em compreender a psicologia desses Iatores sociais. “Ademais, os membros
do grupo das “famílias antigas” ligavam-se entre si por laços de intimidade
emocional, que incluíam antigas amizades e velhas aversões. Assim como as
rivalidades de status associadas a eles, também esses vínculos emocionais eram
de um tipo que só se desenvolve entre seres humanos que vivenciam juntos um
processo grupal de certa duração. Sem levá-los em conta, não é possível
compreender as barreiras que os membros do grupo estabelecido de Winston Parva
erguiam quando falavam de si como “nós” e dos recém chegados como “eles”. Uma
vez que os laços mútuos resultantes desse processo grupal eram invisíveis, os
recém-chegados, que de início perceberam os antigos residentes apenas como
pessoas iguais a eles, nunca entendiam muito bem as razões de sua exclusão e
estigmatização. Por sua vez, os antigos residentes só conseguiam explicá-las em
termos de seus sentimentos imediatos, de sua sensação de pertencer a uma parte
superior da vizinhança, com atividades de lazer, instituições religiosas e uma
vida política local que eram apreciadas por todos, e não queriam misturar-se em
sua vida particular com pessoas de áreas inferiores da localidade, a quem viam
como menos respeitáveis e menos cumpridoras das normas do que eles.
Pois
bem, abrindo mão do sociólogo e rumando para nosso maior referencial, Jesus
Cristo, que resumiu todos os mandamentos em um só "Que vos ameis uns aos
outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” Jo
13:34. “Nosso amor por outro deve ser livre e de boa vontade. Devemos amar o
próximo porque Cristo nos amou” Nesse versículo, Jesus deixa claro a
importância do amor, tarefa difícil, mas fundamental na vida do cristão. Buscar
a cada dia um amor sublime por seus semelhantes, da mesma forma entre irmãos,
na igreja, onde devemos ser um só corpo, unidos, amando nosso irmão, como
Cristo nos amou. O apostolo Paulo escrevendo sua primeira carta aos coríntios,
por conta dos grupinhos que lá havia no Cap. 1 verso 13 Ele questiona com uma
interrogação “Está Cristo dividido”? Paulo identifica quatro partidos na igreja de
Corinto. Não se separaram dela; são divisões que existem dentro da igreja. A
palavra que utiliza para descrevê-las é schismata, que significa rasgos num
vestido. A igreja de Corinto está em perigo de converter-se em algo tão
desagradável como um vestido rasgado.
As principais escolas filosóficas
da Grécia costumavam invocar o nome de seus fundadores e principais mestres.
Esse costume poderia explicar a vanglória dos coríntios em seguir Paulo, Pedro,
Apolo e mesmo o Mestre de todos, Cristo.
Os slogans usados pelos coríntios
(“eu sou de…”) ratificam esse ponto. O problema tinha a ver com a tendência
comum de alguns crentes de venerar líderes cristãos reconhecidos. Com exceção
de Cristo, os nomes escolhidos pelos coríntios são de um apóstolo (Pedro e
Paulo) ou de alguém associado com eles (Apolo): Paulo era o fundador apostólico
da igreja 4.15; Apolo, por sua vez, embora não considerado como um apóstolo,
era um pregador eloquente e tinha desenvolvido um ministério frutífero entre os
coríntios, depois da partida de Paulo 3.6, cf. At 18.24-28, 19.1; E Pedro era o
conhecido líder dos apóstolos, e muitos possivelmente teriam sido atraídos a
ele, embora não seja certo que alguma vez ele haja visitado a igreja de
Corinto.
Os “de Cristo” são notoriamente
difíceis de identificar. Embora a escolha do nome de Cristo tenha sido
possivelmente uma reação ao partidarismo em torno de nomes de homens, os seus
aderentes nada mais são que outro partido. Eles se vangloriavam de que seguiam
a Cristo somente, e não a homens, mesmo que estes fossem apóstolos. Paulo os
teria criticado pela forma facciosa com a qual afirmavam esta posição
aparentemente correta. É provável que os membros do partido “de Cristo” eram os
mesmos “espirituais”, um grupo na igreja que se considerava “espiritual” cf.
3.1; Paulo
falou a respeito da diferença entre o homem espiritual (pneumatikos), e que
portanto pode compreender as verdades espirituais, e aquele que é psuchikos,
aquele cujos interesses, fins e ideias não vão para além da vida terrena ou
física, e que portanto não pode compreender a verdade espiritual. 12.1; 14.37. Para eles, o
conceito de ser “espiritual” estava relacionado com o uso dos dons espirituais,
principalmente de línguas e de profecia. Este grupo, por causa do acesso direto
que julgava ter a Deus, através dos dons, teria considerado desnecessário o
ministério de Paulo, tinham-no em pouca conta, e mesmo queriam julgar a sua
mensagem 1 Co. 4.3; 4.18-21; 8.1-2; 9.3. Esse seria o grupo “de Cristo,” cujos
membros (em sua própria avaliação) não dependiam de homem algum, mas somente e
diretamente do Senhor, através dos dons. Paulo faz pouco caso das suas
reivindicações, e considera a igreja toda como sendo “de Cristo” cf. 3.23; 2
Co. 10.7.
Paulo, entretanto, expõe a causa
interna principal para as divisões entre os coríntios: eles ainda eram carnais
1 Co. 3.1-4; cf. Gl. 5.20. Esta carnalidade, embora deva ser interpretada
primariamente como imaturidade, em contraste aos “maduros” ou “perfeitos” 1 Co.
2.6, carrega uma conotação ética, como a expressão “andar segundo os homens” 1
Co. 3.3 indica. “Andais
como homens’, isto é, como homens sem regeneração. (Comparar com Mt. 16:23).
‘Segundo a carne e não segundo o Espírito’, conforme sucede aos regenerados
pelo Espírito. (Ver Rm. 8:4 e Gl. 5:25,26)”. Podemos concluir que os partidos
de Paulo, Apolo, Cefas e Cristo, que estavam rachando a igreja de Corinto, não
eram partidos teológicos, isto é, aglutinados em torno da suposta teologia de cada
um destes nomes. Mais provavelmente, os partidos se formaram a partir das
preferências pessoais dos coríntios individualmente, tendo como impulso a sua
imaturidade, sua carnalidade, e sua tendência, como gregos, de exaltar mestres
religiosos. O partido de Cristo, por sua vez, havia se formado por outro
motivo, a enfatuação religiosa produzida pelos dons carismáticos.
A situação triste da igreja de
Corinto nos fornece um retrato do espírito divisivo que ainda hoje permeia as
igrejas evangélicas. É um texto básico para ser pregado e ensinado nas igrejas
e seminários. Nem sempre os líderes são culpados do culto à personalidade que
crentes imaturos lhes prestam. Paulo, Apolo e Pedro certamente teriam rejeitado
a formação de fã-clubes em torno de seus nomes. De qualquer forma, os líderes
evangélicos sempre deveriam procurar evitar dar qualquer ocasião para que isto
ocorra, como o próprio Paulo havia feito 1 Co. 1.13-17. Infelizmente, o
conceito de ministério que prevalece em muitos quartéis evangélicos de hoje é
exatamente aquele que Paulo combate em 1 Coríntios.
2) Ela é uma pessoa egoísta deseja tudo para si nunca
compartilha com os outros. “Sede antes servos dos outros, pelo amor Gl.
5.13” A
liberdade cristã não é libertinagem pela simples, mas a tremenda razão que o
cristão não foi feito livre para pecar, mas sim, pela graça de Deus, é livre
para não pecar. O cristão é aquele que pelo Espírito de Cristo que habita nele,
está tão purificado do eu que ama a seu próximo como a si mesmo, algo que não é
possível senão para o cristão. E na visão de
Jesus, se eu não me amo não consigo igualmente amar a meu próximo uma vez que
devo amá-lo como amo a mim mesmo. Precisamos cultivar uma auto-imagem
equilibrada de nós mesmos. Somos filhos de Deus, mas não reinamos no mundo. Por
outro lado precisamos exercitar a humildade sem permitir que as pessoas nos
pisem ou tirem vantagem por isso. Eu e você precisamos ter um amor próprio
equilibrado baseado na ótica da cruz, prisma pelo qual Deus nos enxerga.
Quando
nos comparamos com alguém fatalmente é para mostrar o quanto somos melhores ou
o quanto somos piores que aquela pessoa. Nenhuma das duas visões seja a do
“crente orgulhoso” seja a do “cristão coitadinho” combina com a forma pela qual
Deus nos vê. Não medimos nosso valor nos comparando aos outros. Sequer nosso
valor está em nossas concepções pessoais mais íntimas. Todavia nosso valor está
no sangue de Cristo derramado na Cruz. 1Pd.1.18. Não foi mediante coisas corruptíveis.
. . Que fostes resgatados. Aquelas eram pessoas simples e pobres. Pela segunda
vez (cons. v. 7) Pedro se refere desdenhosamente à riqueza temporal quando
comparada com a herança da salvação que não tem preço. Do vosso fútil
procedimento que vossos pais vos legaram. Pelo precioso sangue. . . de Cristo.
A palavra precioso (gr., timios) é peculiaridade de Pedro. A ausência de pecado
no Cordeiro, ou Seu sofrimento vicário, forneceram a base para uma nova e
celestial escala de valores (Moody). Por isso
todos podemos nos amar reflexivamente e mutuamente. Porque Ele nos amou
primeiro e nos ensinou a fazê-lo. Precisamos aprender a amar como Deus ama. E
isso é projeto para a vida toda.
3)
Ela tem uma atitude de
concorrência. Sempre
que chega alguém novo na igreja, ela quer se sobressair diante daquela pessoa,
tem atitudes de desdém e ignora estas pessoas. “Paulo chama aos que assim agem
como carnais ICo.3.1-3”. Alguém que consegue entender o que lhe é dito no
sentido literal, cujos espíritos se desenvolverão mais tarde, mas que, por uma
questão de desenvolvimento, são incapazes de entender as coisas espirituais.
Na primeira visita de
Paulo, os coríntios eram fracos, pelo simples motivo de que eram
recém-convertidos. O apóstolo não os acusa por causa dessa condição. “Eles
haviam recebidos alguns dos primeiros princípios bíblicos do cristianismo”, mas
não tinha amadurecido para entendimento do mesmo ou para fé e santidade, não
estavam desenvolvidos; todavia esta claro de acordo com algumas passagens na
carta de Corinto, que os Coríntios eram muito orgulhosos de sua sabedoria e
conhecimento. “É muito comum na igreja que pessoas de conhecimento e
entendimento moderado sintam muito orgulho”. A chegada de um novo convertido na
igreja é motivo de alegria para os maduros, que tem conhecimento e entendimento
do Cristianismo, no sentido do crescimento do reino de Deus aqui na terra. “ Assim como os membros maduros de uma
família física protegem os mais novos, aqueles discípulos com entendimento mais
maduro procurarão proteger as consciências de seus irmãos mais fracos. Aqueles
que são mais fracos, que amam verdadeiramente o Senhor, naturalmente buscarão
crescer. Tais diferenças são frequentemente resolvidas com estudo paciente,
quando o corpo todo busca edificar-se em amor Ef. 4:15-16. E que essa alegria
deve culminar em incentivo para os novos convertidos, afim de que eles cresçam
com rapidez no conhecimento e venham se tornar adultos, para que possam se
alimentar de um alimento solido.
4)
Ela demonstra que só a igreja
dela possui a salvação outras pessoas de outras igrejas
não são consideradas nem sequer irmãos. Esta não é a igreja que Cristo Sonhou. A
Igreja não salva se o que salva na Igreja for algo que não seja a fonte de
salvação. Ou seja, a Igreja nunca salvará ninguém se a fonte de salvação que
ela propõe for ela por ela mesma. A Igreja não salva se o que salva na Igreja
for algo que não seja a fonte de salvação. Ou seja, a Igreja nunca salvará
ninguém se a fonte de salvação que ela propõe for ela por ela mesma. A igreja
não salva, mas a igreja é para os salvos. A placa e o templo identifica uma
denominação, local onde parte da igreja de Cristo se reúne. “Jesus sonhou com uma
igreja que encarnasse o seu amor Jo 15.12-17”. Os alicerces do templo sabemos
muito bem onde estão. Mas onde está os alicerces da igreja, esse organismo vivo
que Jesus sonhou edificar está no Senhor Mt. 16.18 “Em 1 Coríntios 3:11
Jesus é o único fundamento e ninguém pode estabelecer outro”.
5) Porque às vezes ela não vai com o jeito da outra
pessoa. Porque diz que a pessoa é careta, é chata, diferente, é feia, é gorda,
é antipática, é amuada, é tímida e muitos outros adjetivos para justificar a
atitude. IJo. 2.11 – “Aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em
trevas, e não sabe para onde deva ir, porque as trevas lhe cegaram os olhos”
“Aquele que está possuído de malicia contra seu irmão está destituído da luz
espiritual”. Há uma classe de pessoas que pregam o amor por outras
nações, e que nunca conseguiram viver em paz dentro de seu próprio círculo
familiar. João insiste no amor para com nossos irmãos, para com o homem com
quem estamos em contato todo o tempo. “O amor capacita o homem a andar na luz;
o ódio o leva às trevas, mesmo quando ele não compreenda que é assim”.
(barclay).
Conclusão: Viver em comunhão com todos é a base do cristianismo. O Salmista no salmos 133 nos deixa uma lição de união, oh quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união é como o óleo precioso. o óleo precioso que tipifica o "Espirito Santo" vejamos quão grande é o sentido da comunhão.
PB. RINALDO SANTANA